APÓS TRÊS ANOS DE SECA, SAFRA DE MANDIOCA DESTE ANO ANIMA OS AGRICULTORES DE SIMÕES E MARCOLÂNDIA


Após três anos de perda por causa da seca, o setor da mandiocultura reage e os resultados são positivos no semiárido do Piauí. A chuva transformou a paisagem de uma das regiões do estado, onde mais se produz mandioca.

O agricultor Luís Antônio da Silva está animado. Ele sabe que mandioca se planta num ano para colher no outro, mas para a sua surpresa e dos outros produtores de Marcolândia, Sul do Piauí, a plantação de janeiro já está no pronta para ser colhida. A área plantada no município é de 2.300 hectares este ano, quase o dobro do ano passado e a produção também deve aumentar. A terra úmida indica o motivo. “Foi um inverno bom, com chuvas no tempo certo”, destacou Luís.

O que está acontecendo este ano em Marcolândia é a recuperação da mandiocultura. Nos últimos anos a estiagem arrasou a produção e em várias propriedades as perdas foram totais. Para se ter mandioca no mercado local era preciso comprar de São Paulo, mas o produto chegava no Piauí muito caro e custando até R$ 700 por tonelada.

Os prejuízos fizeram muitos agricultores deixar o município em busca de alternativas para sobreviver. A promessa de fartura trouxe de volta o produtor Marivaldo Antônio. Durante a seca, ele foi trabalhar como carpinteiro em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Na terra natal, ele voltou para ajudar na fabricação da farinha de mandioca. “Vai dar agora, melhorou a situação, pois choveu bem”, declarou.

A produção da farinha de mandioca está fazendo reabrir na cidade as fábricas fechadas durante a estiagem. Cada uma emprega cerca de 30 mandioqueiros. “Aqui nós proseia, acha graça, faz amizades, briga tudo a custa da mandioca”, disse animada a agricultora Francisca Lúcia da Silva.

No vizinho município de Simões, a promessa de boa safra de mandioca também alegra os produtores como o Claudio Silva. “Ficamos felizes demais com uma novidade dessa. Quem não fica com fartura?”, comentou.

A mandioca também trouxe felicidade para a casa de dona Josefa da Conceição, onde o cultivo da raiz sustenta a terceira geração da família. “Quando eu era menina já trabalhava com isso, depois passei para os filhos e netos”, contou.

Com a boa colheita, a expectativa agora é trazer novamente os compradores, pois a seca afastou todos e os preços caíram. “Agora encontramos os produtores reclamando dos preços baixo e farinha sobrando. A produção agora é grande e não temos os compradores, mas agora às portas estão abertas”, comentou José Pedro Sérgio, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Simões.

Fonte: G1

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