PICOS: CERCA DE 100 FAMÍLIAS VIVEM EM ÁREAS DE RISCO E TEMEM DESABAMENTO

A área do Morro da AABB, no município de Picos, está sendo vistoriada por equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. Com o período chuvoso, aumentam os riscos de deslizamento de terra e, a pesar de não existir residências nas imediações, as autoridades temem que algum morador da região seja atingido com um eventual desabamento.

“Sugerimos que sejam instaladas placas de advertência para alertar populares do risco. A prefeitura já iniciou um trabalho de recuperação para evitar que a situação se agrave”,disse a capitã Ana Cleia, comandante do Corpo de Bombeiros de Picos. 


A preocupação com áreas de riscos não está apenas no Morro da AABB. No outro extremo da cidade – cercada por morros em todas as direções – a ocupação do Morro da Mariana também preocupa autoridades.  Para o coordenador da Defesa Civil, Oliveiro Luz, as construções irregulares causam um risco agravado pela falta de planejamento urbano. 

No bairro Paroquial, a situação se repete e até mesmo o acesso às residências é difícil, sendo realizado apenas por vielas e becos abertos pela própria população. A Defesa Civil não sabe o número exato, mas acredita que pelo menos 100 famílias estão vivendo em áreas de risco como nos bairros São José, São Vicente, Boa Vista, Paroquial, Morro da Mariana e Morada do Sol. “São moradias que podem desabar a qualquer momento”, disse Oliveiro.

Temendo deslizamentos no período chuvoso, alguns moradores já abandonaram as casas e reclamam da falta de resolutividade para o problema. “O problema se estende há muitos anos e nunca aparece ninguém para arrumar. Tive que abandonar a casa pois sempre que chovia desciam pedras, lixo e aterro", disse a aposentada Francisca Pereira Nunes, 63 anos.


Outra vítima da invasão urbana sobre os morros é Maria Francisca da Silva, 37 anos. A casa de taipa em que ela vivia com a família, na rua Bahia II, bairro Paroquial, desmoronou parcialmente após uma chuva em 2012.


“Me orientaram a derrubar o que sobrou e prometeram reconstruir minha casa. Moro de aluguel, mas já me pediram essa casa. Estou no meio da rua. Tenho três filhos e não tenho para onde ir. Por enquanto, vivo na casa de um irmão", lamenta a dona de casa.

A Defesa Civil de Picos informou que já solicitou recursos financeiros e apoio técnico ao Estado e também ao Governo Federal na tentativa de impedir tragédias. Segundo Oliveiro, muitas famílias já estão morando, provisoriamente, em casas alugadas pela prefeitura de Picos.

Fonte: Grande Picos

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