JULGAMENTO DE LULA - CARMEM LÚCIA SE REÚNE COM PRESIDENTE DO TRF4
Tribunal julgará recurso do ex-presidente
no próximo dia 24
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Na manhã desta segunda-feira (15),
a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, se reunirá
com o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4),
desembargador Carlos Thompson Flores. O tribunal, que fica em Porto
Alegre, vai analisar no próximo dia 24 o recurso do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva contra a condenação determinada pelo juiz Sérgio Moro, a 9 anos e
meio de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex.
Oficialmente, o encontro vai tratar
de assuntos institucionais. Mas a tensão que envolve a julgamento de Lula, com
manifestações marcadas por apoiadores e opositores, pode ter motivado o
encontro.
Encontro
com deputados do PT
Na sexta-feira (12), o líder da
bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), acompanhado por um grupo
de parlamentares do Partido dos Trabalhadores, entregou a Thompson Flores uma
carta-manifesto contra os trâmites adotados, até agora, no processo de
julgamento do ex-presidente Lula.
“Reafirmamos o nosso ponto de vista
de que uma eleição este ano sem Lula é uma fraude, um golpe”, disse Pimenta, em
entrevista coletiva logo após a reunião. Ele estava acompanhado da deputada
federal Maria do Rosário (PT-RS), do deputado Marco Maia (PT-RS), além dos
deputados estaduais do Rio Grande do Sul, Tarcísio Zimmermann (PT-RS), Stela
Farias (PT-RS) e Edegar Pretto (PT-RS), além do advogado Ricardo Zamora.
A comitiva reforçou que espera do
tribunal um julgamento nos limites daquilo que a lei estabelece e que prevaleça
o viés imparcial da Justiça no processo do ex-presidente, cujo julgamento do
recurso da defesa está marcado para 24 de janeiro. “Quando essa garantia deixa
de existir, todo o sistema é colocado em risco e fica sob suspeita”.
No documento, os parlamentares também
destacaram que o caso em questão está sob os holofotes de renomados juristas
internacionais, “o que demonstra que o Brasil corre o risco, como nação, de se
ver completamente desmoralizado internacionalmente caso conclua negativamente
ao ex-presidente um julgamento que se evidencia pela ausência total de provas”.
Além da carta, os deputados
protocolaram no TRF4 o abaixo assinado “Projeto Brasil Nação: o direito de Lula
ser candidato a presidente do Brasil”, com mais de 50 mil assinaturas;
entregaram ao desembargador o livro “Comentários a Uma Sentença Anunciada”,
elaborado por um grupo de juristas que faz uma análise da sentença do juiz
Sérgio Moro; além de um documento produzido pelos movimentos sociais intitulado
“Os crimes da Lava Jato”.
Foi solicitado ainda que o TRF4
garanta um espaço para que uma representação de parlamentares possa acompanhar
o julgamento do recurso da defesa do ex-presidente Lula, no dia 24. “Da nossa
bancada, 40 deputados já confirmaram presença em Porto Alegre, e esse número
ainda pode aumentar”, informou Paulo Pimenta.
Segurança
A garantia de manifestação em Porto
Alegre no dia 24 e nos dias que antecedem o julgamento foi outro ponto da pauta
com o presidente do TRF4. “Nós queremos alertar as autoridades para que não
permitam que atitudes provocadoras possam prejudicar o nosso intuito, o nosso
objetivo com a presença aqui em Porto Alegre durante os dias 22, 23 e 24 em
outras agendas que antecedem o julgamento”, explicou o líder do PT.
Ele defendeu que haja uma clareza
muito grande por parte das autoridades, não só do tribunal, mas do governo do
estado, acerca do que está sendo providenciado para o dia do julgamento. “O
direito de manifestação é um direito constitucional garantido a qualquer
cidadão e não há nenhuma possibilidade de que isso seja negociado, seja
limitado”, enfatizou Pimenta.
O líder petista criticou a iniciativa
do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, pedindo reforço da junta
das Forças Armadas ou da Força Nacional de Segurança.
“Manifestações de que o governador do
estado, José Ivo Sartori, pretende mobilizar atiradores de elite para estarem
nos prédios em torno do TRF4 também são despropositadas e não contribuem em
nada com esse processo”, afirmou Paulo Pimenta.
“Não sei o que eles estão
imaginando”, continuou Paulo Pimenta, lembrando que a militância, parlamentares
e movimentos sociais estiveram em Curitiba em atos em defesa de Lula e da
democracia de forma pacífica.
“Foram manifestações com mais de 50
mil pessoas sem qualquer tipo de incidente. O Estado Democrático de Direito
prevê essa garantia, e nós vamos exercê-la, de maneira plena”, reforçou o
líder.
FONTE: JORNAL DO BRASIL
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