GOVERNO QUER POSTOS DE SAÚDE COM 'TERCEIRO TURNO' EM ABRIL
Unidades
básicas de saúde que hoje funcionam somente até a tarde poderão começar a
atender também no período da noite ainda em abril deste ano.
A mudança faz parte de um novo projeto apresentado nesta quinta-feira (28) pelo Ministério da Saúde e aprovado em reunião com secretários estaduais e municipais de Saúde.
A mudança faz parte de um novo projeto apresentado nesta quinta-feira (28) pelo Ministério da Saúde e aprovado em reunião com secretários estaduais e municipais de Saúde.
Com a medida, a previsão é que
parte dos postos de saúde que hoje funcionam até as 17h passe a ficar aberta
até as 22h.
O funcionamento em turno
estendido, no entanto, não valeria para todas as unidades básicas de
saúde.
Inicialmente, a ideia é que a
medida possa valer apenas para aquelas com maior tamanho e capacidade de
atendimento. A adesão também deve ficar a cargo dos municípios.
O governo finaliza uma proposta
para alterar o modelo de organização de equipes que hoje atuam no programa
Saúde da Família na tentativa de criar um terceiro turno de atendimento nesses
locais.
O objetivo é ampliar o acesso a
essas unidades e diminuir a superlotação de UPAs (unidades de
pronto-atendimento) e de prontos-socorros em hospitais. Com a ampliação, casos
menos graves seriam redirecionados às unidades de saúde.
As mudanças devem fazer parte
de um novo programa, o qual vai se chamar Mais Saúde da Família.
A expectativa do início da
oferta do chamado "terceiro turno" ainda em abril deste ano foi
informada pelo secretário de Gestão Estratégica e Participativa do ministério,
Erno Harzheim, que coordena o projeto.
O presidente do Conasems
(Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), Mauro Junqueira, porém,
estima prazo maior, de até 60 dias.
Para ampliar o atendimento, o
governo prevê aumentar o financiamento e o número máximo de equipes por unidade
de saúde -que passaria de três para seis. Já a carga horária dos médicos, que
hoje é em geral de 40 h, poderia ser reduzida em novas equipes para no mínimo
20 h semanais.
"Com a experiência em
alguns municípios, ampliaremos as consultas e vacinação", diz Harzheim,
que prevê também uma mudança no perfil de usuários que buscam atendimento.
Hoje, mulheres são maioria entre os usuários no horário atual. "O perfil
[de quem busca atendimento à noite] equilibra homens e mulheres e cai a faixa
etária. Passa a ser mais a população economicamente ativa", diz.
Atualmente, alguns municípios
já ofertam atendimento noturno em unidades de saúde, mas não há uma política
sobre o tema a nível federal. A estimativa é que ao menos 600 unidades no país
já ofereçam atendimento até as 20h.
Questionado, o secretário não
informou qual a meta de unidades que deverão ter o horário estendido. "Mas
será um número expressivo", afirma.
Ainda segundo Harzheim, a ideia é que sejam definidos critérios de monitoramento para evitar que as unidades fiquem ociosas.
Ainda segundo Harzheim, a ideia é que sejam definidos critérios de monitoramento para evitar que as unidades fiquem ociosas.
A estimativa é que, neste ano,
o impacto do programa seja de R$ 150 milhões. Já para os anos seguintes, o
valor é calculado entre R$ 500 milhões a até R$ 825 milhões, a depender da
adesão dos municípios.
Fonte:
Folhapress
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