OFICINAS E PLENÁRIAS VÃO MOVIMENTAR II ENCONTRO DE JOVENS RURAIS DO SEMIÁRIDO EM PICOS-PI


Os temas abordados visam o fortalecimento da consciência jovem do semiárido brasileiro.

O Governo do Piauí vai sediar o II Encontro de Jovens Rurais do Semiárido Brasileiro, entre os dias 05 e 07 de abril, no IFPI da cidade de Picos. O evento, que visa reunir 400 jovens de dez estados brasileiros, está sendo promovido pelo Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Rural (SDR), e também pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), por meio do Programa Semear Internacional.
O encontro é voltado para jovens entre 15 e 32 anos que são atendidos por projetos apoiados pelo Fida e Banco Mundial, no semiárido do Brasil; além da sociedade civil e movimentos ligados à juventude dos dez estados brasileiro com regiões semiáridas.
Os participantes do evento vão contar com uma vasta programação que inclui muito aprendizado, mas também momentos de descontração. Serão ministradas 14 oficinas, realizadas três plenárias e ainda a promoção de noites culturais, durante os dias de evento.
Juventude quilombola
A oficina sobre Juventude Quilombola pretende trazer as experiências de jovens quilombolas que têm se organizado e contribuído para o fortalecimento das tradições de suas comunidades negras, a partir da recuperação de músicas, danças, artes, expressão de conhecimentos ancestrais, levando os participantes a se sentirem parte e apoiadores da luta quilombola.
Este momento será mediado por Marcília Rodrigues de Sousa (Chitara) e Arnaldo de Lima (Naldinho), que vão apresentar cantos entrançados, presentes nos quilombos do Piauí, por meio de oficina de canto e também irão fazer tranças afronagôs nos interessados.
Chitara, que é do Movimento Capoeira de Quilombo, ressaltou a importância da participação da juventude nesse encontro. “É de extrema relevância a presença dos jovens para massificar e diversificar informações, fortalecendo seus conhecimentos e níveis de práticas que cada um desenvolve em suas comunidades, suas cidades e ONGs. Vai haver uma grande troca de saberes nos âmbitos de produção, de cultura, dentre outras”, destacou Marcília .
Construção e manipulação de bonecos
Ministrada pelo artista piauiense Chagas Vale, a oficina “Construção e Manipulação de Bonecos” pretende capacitar jovens para a utilização do teatro de bonecos como ferramenta de divulgação, denúncia e sensibilização de temas importantes. A oficina será aplicada com bonecos pré-construídos, cabendo aos alunos a conclusão e acabamento, tais como: pintura, colagem de cabelos, fixação de cabeças e mãos, e a construção da personagem. Além da conclusão dos bonecos, a oficina vai oferecer noções de técnica vocal, construção do texto e técnicas de manipulação.
Chagas Vale se diz muito honrado em participar desse evento. “O encontro é fundamental para que os jovens possam se estruturar em suas lutas, debater e também se aperfeiçoar. Fico feliz em poder, com meu trabalho, contribuir para a capacitação de alguns desses jovens ensinando a usar o teatro de bonecos como ferramenta didática, como ferramenta de luta e, principalmente, de comunicação. Esta atividade é, antes de tudo, uma grande comunicadora. É um elemento pedagógico fundamental para a educação. Então, sinto-me honrado por ter sido convidado para participar desse grande evento”, enfatizou o artista.
Grafite 
A cultura do hip hop, a história e técnicas do grafite, bem como metodologia da socioeducação e debates sobre princípios de liberdade e socialização, serão alguns dos temas tratados na oficina “Grafite é Vida”, conduzida por Marisa Simone Nogueira de Araújo e Eduardo Araújo (Du Alemão).
O trabalho vai mostrar como a socialização dos jovens pode ocorrer com o desenvolvimento da expressão artística e criativa, por meio do grafite, contribuindo para a autoestima e o espírito empreendedor da juventude do semiárido.
Du Alemão é natural de Porto Alegre, mora no Piauí há 15 anos, e tem formação em artes plásticas pelo IFPI. Na oficina, ele e Marisa vão falar sobre a importância do grafite desmistificando a questão da pichação, do crime, demonstrando que as expressões artísticas urbanas são arte. “Este tema é importante para a juventude entender um pouco dessas expressões, de como eles podem se expressar tanto politicamente, como filosoficamente ou apenas mesmo para demarcar o seu ego. Vamos mostrar que a evolução da arte do grafite é uma das artes mais contemporâneas”, afirmou o artista.
“Também irei ganhar com essa oficina. Terei uma troca de experiências com esses jovens que, apesar de serem todos da região semiárida, mas são de dez estados diferentes; então cada um tem uma forma de viver, uma cultura, uma tradição. Vamos ver o que essa geração de jovens pensa sobre a transformação do nosso país, a venda na economia solidária. Como alguém urbano, será uma oportunidade de eu aprender muito com a juventude rural”, antecipou Du Alemão.
Agitação e propaganda como estratégia de organização e resistência
As Jovens do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Fernanda Luz Costa e Francisca das Chagas Silva França, vão apresentar a concepção e prática da agitação e propaganda como estratégica política de denúncia e mobilização à uma indignação que potencialize um processo de transformação social. Os jovens irão trabalhar com o teatro como instrumento de reflexão crítica da realidade.
Francisca das Chagas espera que o encontro seja um momento de organização da juventude, de enfrentamento e resistência no semiárido brasileiro. “Serão três dias de troca de saberes. Convido aos jovens para participarem com ousadia, luta e rebeldia”, concluiu a integrante do MPA e facilitadora da oficina “Agitação e Propaganda”.
Confira aqui programação do evento.
Autoria: Larissa Machado
Portal Gov. do Piauí




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