AUDITORES-FISCAIS RESGATAM 25 TRABALHADORES EM SITUAÇÃO ANÁLOGA À ESCRAVIDÃO NO PIAUÍ.
Dois grupos de trabalhadores
submetidos a trabalho escravo, do tipo degradante, foram resgatados durante uma
fiscalização de auditores fiscais do trabalho na região rural do município de
São João da Serra, a 133 km de Teresina. Ao todo, 25 pessoas foram resgatadas e
retornaram para suas casas. Os empregadores foram notificados e tiveram de
pagar verbas rescisórias de cada um dos trabalhadores.
Os
dois grupos tinham 13 e 12 trabalhadores cada, com idades entre 30 e 55 anos.
Eles operavam a extração de palha de carnaúba em meio à mata da região e se
alojavam debaixo de barracos de plástico, sem qualquer tipo de instalação
sanitária, como um banheiro. O local também não tinha instalações de cozinha.
Por isso, os alimentos eram armazenados de forma inadequada e as refeições
tinham de ser cozinhadas também ao relento.
25 trabalhadores viviam em
condições precárias em campo de extração de carnaúba na zona rural de São João
da Serra, no Piauí — Foto: Divulgação
De
acordo com Robson Waldeck, auditor do trabalho, a situação configura trabalho
degradante, em que o empregador não fornece aos trabalhadores condições básicas
de alojamento para executar o trabalho. Além disso, os homens trabalhavam sem
equipamentos de proteção individual, material para primeiros socorros, e sem
carteira assinada e exame de saúde admissional.
A
extração da palha era feita para a produção da cera de carnaúba, que é
importada para países da América e Europa. “É uma atividade que ocorre muito de
ser feita de maneira informal, em desrespeito à legislação do trabalho”, disse
o auditor Robson Waldeck.
Trabalhadores tinham que dormir
e se alimentar ao relento em campo de trabalho na zona rural de São João da
Serra, no Piauí — Foto: Divulgação
Os
dois empregadores foram notificados e tiveram de pagar a verba rescisória dos
trabalhadores, e devem responder a uma ação criminal pelo Ministério Público
Federal, pelo crime de submeter alguém a trabalho em condição análoga à
escravidão, na modalidade trabalho degradante. A pena varia de dois a oito anos
de prisão.
Depois
do resgate, os trabalhadores foram encaminhados para a cidade de Castelo do
Piauí, onde receberam a verbas rescisórias pagas e retornaram às suas casas, na
zona rural do município.
FONTE:
G1
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