APÓS SE AUTOMEDICAR COM CLOROQUINA, MÉDICO TEM MAL SÚBITO E MORRE
Fonte: Folhapress
Um médico de 55 morreu
em Ilhéus, sul da Bahia, dias após ter se automedicado com uma combinação de
hidroxicloroquina e azitromicina.
Gilmar Calazans Lima registrou os primeiros sintomas da Covid-19
no dia 10 de abril, quando começou a apresentar dores de cabeça. Na última
quinta-feira (16), deu entrada no hospital regional Costa do Cacau, em Ilhéus,
onde era funcionário.
Como tinha sintomas
leves e quadro estável, o médico teve material coletado para testagem, foi
liberado e orientado e cumprir quarentena em casa. O resultado do exame,
positivo para o novo coronavírus, saiu no sábado (18).
Por conta própria e sem ter sido receitado pelo hospital, o
médico passou a fazer uso de uma combinação de hidroxicloroquina e
azitromicina.
Segundo familiares, ele vinha apresentando melhora clínica nos
últimos dias. Sintomas como febre e falta de ar já haviam sido controlados.
Na madrugada desta segunda-feira (20), contudo, ele teve um mal
súbito e foi internado às pressas no hospital, onde deu entrada com uma parada
cardiorrespiratória.
O médico foi submetido a manobras de reanimação por cerca de 45
minutos, mas permaneceu sem estabilizar o ritmo cardíaco e acabou morrendo.
Ao comentar o caso nesta terça-feira (21), o secretário de Saúde
da Bahia, Fábio Vilas-Boas, afirmou que o uso do medicamento deve ser precedido
de avaliação cardiológica e realização de eletrocardiograma.
"É sabido que a cloroquina e a hidroxicloroquina podem
levar a arritmias cardíacas graves potencialmente fatais", afirmou Vilas-Boas.
Segundo secretaria de saúde, Gilmar Calazans Lima era hipertenso
e diabético, mas tinha controle adequado das doenças. Ele foi a 45º vítima da
Covid-19 e o primeiro profissional de saúde a morrer da doença na Bahia.
Desde o dia 8 de abril, a secretaria de Saúde da Bahia autorizou
o tratamento com hidroxicloroquina e azitromicina em pacientes do SUS (Sistema
Único de Saúde).
O uso do medicamento, contudo, é orientado apenas para pacientes internados. Antes de começar a ser medicado, o paciente deve seguir uma série de protocolos que incluem exames e avaliação cardiológica.
O uso do medicamento, contudo, é orientado apenas para pacientes internados. Antes de começar a ser medicado, o paciente deve seguir uma série de protocolos que incluem exames e avaliação cardiológica.
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