COVID-19: PICO DE INFECÇÕES NO PIAUÍ DEVE INICIAR EM MAIO
Florentino Neto. Crédito: Ascom/Sesapi.
Enquanto o Ministério da Saúde prevê que o
pico de infecções pelo novo Coronavírus no Brasil seja entre maio e junho, o
Piauí trabalha com uma previsão da metade do mês de maio. O adiamento do pico
da pandemia, que era esperado para março, é positivo e indica que o isolamento
social tem tido bons resultados.
É o que explica Florentino Neto,
secretário estadual da Saúde. “É importante dizer que o isolamento social no
Piauí têm dado resultado. No último final de semana ficamos nos primeiros
lugares do Brasil em nível de isolamento. Isso permite que nossa curva de
elevação no número de casos não seja íngreme, mas sim um crescimento admissível
para nossa sistema de saúde público e privado”, explica.Amparo Salmito. Crédito: Ascom/FMS.
Dentre as medidas preventivas, uma das
mais importantes é o isolamento domiciliar. “Essa medida é muito importante no
enfrentamento ao novo coronavírus. É uma parcela de ajuda da população para o
poder público. Nenhum sistema de saúde do mundo está preparado para atender o
número de pessoas que dependem de UTIs em razão do covid-19”, acrescenta.
Epidemiologistas e estudiosos indicam o
isolamento, que evita o acometimento de um grande número de pessoas doentes.
“Isso pode resultar em muita gente precisando de UTI no mesmo momento, deixando
pessoas sem leitos e a garantia mínima de alguns aparelhos”, ressalta o gestor
público.
Testagem
para Covid-19 no Piauí
As testagens começam a acontecer de forma
mais efetiva no Estado. “Começamos pelo laboratório central, com a coleta de
amostras. A partir desta quarta-feira [15], com a distribuição de 7,2 mil kits,
os municípios também entram nessa perspectiva. Assim são possíveis números mais
fidedignos sobre a situação do Estado do Piauí”, revela Florentino Neto.
Isolamento
social interrompe transmissão comunitária
Amparo Salmito, médica infectologista e
gerente gerente de epidemiologia da Fundação Municipal de Saúde (FMS),
reforça que pesquisas no mundo inteiro têm mostrado que o isolamento social
permite que a epidemia seja interrompida. “Como é uma doença nova, ninguém tem
proteção contra ela, todos podem adoecer, inclusive casos graves de pessoas com
comorbidades ou mais de 60 anos”, explica.
As pessoas com mais de 60 anos e que já possuem
doenças são sujeitas a serem casos mais graves. “80% dos casos não tem
sintomas. Então quem está em um aglomerado de pessoas e tiver qualquer contato
e passa a mão no rosto, o covid-19 espalha. E ele espalha rapidamente”,
acrescenta a infectologista.
Novo
vírus com muitas perguntas sem resposta
Se não houver oportunidade de
contaminação, não há transmissão. “Vai diminuir a curva de elevação se
permanecer em isolamento. Além da proteção com máscara e lavar as mãos, pois se
colocar a mão na boca é um risco. Os testes eram difíceis, agora está
democratizando mais. Então vamos ter uma ideia de qual o percentual da
população que está infectada. Assim vamos medir a incidência da doença e a
severidade, calculado pela mortalidade”, considera Salmito.
Todos os países que não tiveram isolamento
em tempo hábil não tiveram boas experiências. “Itália, Espanha e os Estados
Unidos estão pagando um preço muito alto. Muitas mortes. É uma doença nova e
avassaladora, com muitas perguntas sem resposta. Os estudos estão andando
rápido, mas nada deve ser concluída até o final do ano”, aponta a gerente da
FMS.
Sobre a possibilidade de reinfecção, essa
permanece sendo uma incógnita envolta na doença. “Se você tem anticorpo,
provavelmente não haverá uma reinfecção. Mas isso não é algo com 100% de
certeza. Não sabemos se o vírus é como o sarampo. É preciso de mais estudo para
afirmar com certeza”, finaliza.
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