EM FLORIANO, DIRETOR DO HOSPITAL AFIRMA QUE OS 3 PACIENTES QUE FALECERAM DA COVID-19 NÃO PASSARAM PELO TRATAMENTO DA CLOROQUINA.
Foto: Sesapi
Fonte:
Cidade Verde
Os três pacientes com Covid-19 que morreram
no hospital regional de Floriano não chegaram a passar pelo protocolo
experimental de tratamento – uso de hidroxicloroquina e azitromicima na fase
inicial e de corticoide injetável em casos avançados, de acordo com o diretor
do Hospital Regional Tibério Nunes, médico Justino Moreira.
As
três mortes foram divulgada na noite de quarta-feira (13) pela Secretaria
Estadual de Saúde, após a divulgação do tratamento experimental de combate ao
novo coronavírus, que tem como base estudos feito na Espanha, até agora sem
resultados oficiais publicados.
O
diretor explicou que os três pacientes tinham comorbidades graves e a equipe
aguardava o resultado de identificação da doença do Lacen (Laboratório Central
de Saúde Pública do Piauí).
“Esses
pacientes tinham comorbidades graves, pacientes em estado terminal, com
sequelas de AVC, pacientes que tinham hemorragias digestivas. Eram pacientes
que a gente não chegou a fazer o tratamento laboratorial, quer dizer, estávamos
aguardando vir o PCR, que vem do Lacen. Quando esses pacientes foram a óbito
ainda não tinha chegado a confirmação. Nesses pacientes não adotamos o protocolo,
não iríamos submeter esses pacientes a um tratamento experimental diante de
comorbidades tão graves”.
Questionado
sobre reações adversas nos paciente que passaram pelo tratamento experimental,
o diretor explicou que todos os 15 pacientes “evoluíram bem”.
“As
complicações são pequenas. Os efeitos colaterais são pequenos. O que a gente
tem usado na fase hospitalar é o corticoide injetável e isso em alguns
pacientes provocou uma hiperglicemia facilmente controlada pelo uso de
insulina, de forma que não obtivemos outros efeitos colaterais importantes,
sendo ela uma medicação conhecida e segura no meio médico já que a dose não é
tão alta, como em algumas patologias neurológicas e rematológicas, que acabam
usando esse corticoide numa dose muito mais superior do que a dose que
preconizada aqui para o tratamento do Covid”.
Sobre
o perfil dos pacientes tratados com sucesso, o médico relata que aconteceu
entre os jovens e alguns profissionais de saúde do município.
“Nós
tivemos alguns profissionais de saúde da nossa equipe contaminados, uns cinco a
seis. Esses pacientes nós tivemos a oportunidade de tratá-los e, graças a Deus,
com muito sucesso. A gente começou iniciamente a tratar pacientes que já vinham
evoluindo no hospital em uma fase tardia, onde já tinha perdido a oportunidade
ideal de usar o medicamento, muitos pacientes melhoraram e tiveram alta. Agora,
nós estamos sendo um pouco mais agressivos no sentindo de tratar mais
precocemente numa fase que a gente considera ideal para esse paciente ter o
mínimo de dano e sequela possível”.
O
médico comentou que devido a falta de resultados publicados o tratamento ainda
não é facilmente aceito pela comunicade científica. A ministra Damares Alves
chegou a visitar o município nesta quinta (14) para conhecer o tratamento.
“Nós
temos um infectologista na nossa equipe, temos também um intensivista, pórem
esses conhecimentos têm sido passado em sua maioria juntamente com a doutora
Marina Bucar, na Espanha, que a gente tem seguido as orientações. A gente teve
reuniões com infectologistas que quiseram o protocolo do Piauí, expondo essas
opções, porém a gente ainda não conseguiu convencê-los já que é um conhecimento
recente que a Espanha ainda não tem publicações desses resultados. Então, o
meio científico tem dificuldade de aceitar. O que nós estamos fazendo é uma
provocação desse conhecimento junto a classe médica, que cada um possa exercer
o seu direito e autonomia de fazer as suas próprias experiências”.
Ele
disse ainda que o tratamento acontece com o consentimento dos pacientes e
diante da autonomia do médico em receitar a medicação.
“As
opções que têm nos dado até o momento não são boas, a gente estava perdendo
esse embate e essa oportunidade de experimentar uma medicação nova tem nos
trazido bons resultados”.
Em
entrevista, o diretor disse ainda que “a partir disso, com consentimento do
paciente e a autonomia do médico, o Governo do Estado se dispôs a oferecer essa
medicação na rede. A gente vai tentar convencer os médicos, treinar esses
médicos, para que possam estar fazendo esse tratamento e ter as suas próprias
experiências”.
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