CARDIOLOGISTA DIZ QUE DEPUTADO ASSIS CARVALHO TINHA DOENÇA AGRESSIVA
Fonte - Cidadeverde
O deputado federal Assis Carvalho (PT-PI), que morreu após sofrer um infarto neste domingo (05), sofria de aterosclerótica, doença grave que resulta na formação de placas de gordura nas artérias, que dificultam a passagem do sangue. O cardiologista João Francisco de Sousa, que acompanhou o político em dois procedimentos para a colocação de stents nos anos de 2012 e 2019, disse que a doença era genética, agressiva e de difícil controle.
"Durante o primeiro infarto, em 2012, ele também estava em
Oeiras e a gente conseguiu chegar a tempo de desobstruir a artéria causadora do
infarto, mas ele já tinha problemas nas outras artérias. A gente sempre chamava
atenção, dizia que ali havia sido só o primeiro passo, mas que ele precisaria
de cuidados porque não era apenas o procedimento em si, ele precisaria de um
tratamento clínico agressivo tanto quanto agressiva era a doença. Isso incluía
medicamentos, atividades físicas. Acredito que o stress também contribuía para
o avanço da doença", disse o médico.
Em entrevista ao Notícia da Manhã, João Francisco conta que o
deputado federal também era acompanhado pelo médico Roberto Kalil Filho, do
Hospital Sírio Libânes e que a doença era de difícil estabilização.
"A gente conversou algumas vezes sobre a dificuldade de
estabilizar a doença. Ano passado, ele voltou a sentir essa dor e foi preciso
mais quatro stents, sendo que da primeira vez foram dois", explica o
cardiologista que também lamentou a morte do deputado.
O especialista disse ainda que o quadro de saúde de Assis
Carvalho era muito grave e que eram grandes as chances de outras paradas
cardíacas, mesmo que ele tivesse sido trazido para a Capital de avião.
"Difícil a chance depois dessas paradas cardíacas dele
chegar a tempo da gente fazer algum procedimento [...] infelizmente, mesmo com
o tratamento clínico, ele não respondia bem. A gente tem pacientes que conseguem
estabilizar a doença [...] cada vez que a gente intervinha, a gente percebia a
progressão da doença", finaliza o cardiologista João Francisco de
Sousa.
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