EDUCAÇÃO - MEC APRESENTA NOVO ENEM; VEJA AS MUDANÇAS
PROVAS PASSARÃO COM QUESTÕES ABERTAS OU
DISCURSIVAS.
As questões abertas ou discursivas serão
valorizadas no novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e os estudantes que
fizerem cursos técnicos terão bonificações na hora de concorrer a vagas no
ensino superior. As novidades foram apresentadas na última semana, em
entrevista coletiva, pelo Ministério da Educação (MEC). O novo Enem será
aplicado a partir de 2024.
Segundo o MEC, as provas, que atualmente são compostas apenas pela
redação e por perguntas objetivas de múltipla escolha, passarão a contar com
outros formatos, como as chamadas questões abertas ou discursivas, nas quais o
estudante escreve a resposta e não apenas seleciona uma opção. “Estamos dando
peso grande para a produção escrita do estudante”, explica o secretário de
Educação Básica do MEC, Mauro Rabelo.
O Enem passará por mudanças para adequar-se ao novo ensino médio, modelo
que começa a ser aplicado este ano em todo o país. Nos novos currículos
escolares, parte das aulas será comum a todos os estudantes do país e
direcionada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Na outra parte da formação, os próprios estudantes poderão escolher um
itinerário para aprofundar o aprendizado. As opções permitem ênfase em áreas de
linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e ensino
técnico. A oferta de itinerários vai depender da capacidade das redes de ensino
e das escolas brasileiras.
O que muda
Para melhor avaliação dos estudantes, o Enem passará ser composto por
duas provas. Segundo Rabelo, o modelo atual de dois dias de aplicação dever ser
mantido e, em um dos dias, os estudantes responderão a questões voltadas para a
parte comum, direcionadas pela BNCC. Farão também a prova de redação.
As questões serão interdisciplinares, ou seja, abordarão mais de uma
área de conhecimento e o principal foco será em português e matemática. A prova
de inglês também será integrada às demais áreas. “Pode ter uma questão de
história com o texto escrito em língua inglesa para o estudante avaliar”,
exemplifica Rabelo.
A segunda etapa do exame será voltada para a formação específica que os
estudantes receberão no ensino médio. Na hora da inscrição, os candidatos poderão
escolher entre responder questões de linguagens, ciências humanas e sociais
aplicadas; matemática, ciências da natureza e suas tecnologias; matemática,
ciências humanas e sociais aplicadas; ou ciências da natureza, ciências humanas
e sociais aplicadas.
As universidades vão decidir quais áreas serão cobradas para ingressar
em cada um dos cursos ofertados. Dessa forma, um estudante que deseja cursar,
por exemplo, matemática no ensino superior deverá escolher as questões cobradas
para ingressar nesse curso.
Formação técnica
Ainda
no ensino médio, os estudantes poderão optar, entre os itinerários formativos,
por uma formação técnica e profissional. Como são muitos os cursos técnicos e
as áreas de conhecimento, e é difícil fazer provas específicas para cada uma
delas, eles poderão receber bonificações ao concorrer a vagas no ensino
superior pelo Enem.
De
acordo com Rabelo, os estudantes não estão, porém, dispensados do Enem e
participarão das duas fases da prova, mas, ao final, poderão receber um bônus
na nota. “Estamos introduzindo a proposta de bonificação para estudante que fez
formação técnica. Ele não está dispensado, vai fazer o bloco [de questões] de
acordo com o curso superior que deseja e a instituição [de ensino superior]
aponta. A nota dele vai ter uma ponderação de acordo com aderência da formação
técnica dele ao curso superior pretendido”, diz o secretário.
Próximos passos
As
propostas para o novo Enem são resultado das discussões do grupo de trabalho
(GT) constituído no ano passado para esse fim. O GT é formado pelo MEC, por
secretários de Educação estaduais, e por outros órgãos como Conselho Nacional
de Educação (CNE) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep).
Na
última segunda-feira (14), o CNE aprovou parecer que oficializa as sugestões do
grupo. Após a homologação do MEC, caberá ao Inep definir quais serão as
diretrizes da nova avaliação e o formato das questões. Ao final, as
universidades também terão autonomia para definir como usarão as notas e como aplicarão
as bonificações.
Será
formado um comitê de governança, instituído pelo MEC e coordenado pelo Inep,
voltado para o constante aprimoramento do exame.
“O
Enem precisa acompanhar a evolução da educação brasileira, as avaliações
internacionais e a reforma do ensino médio. A mensagem final que trazemos é que
o novo Enem valorizará ainda mais a capacidade de reflexão. O modelo aqui
apresentado contempla a flexibilidade curricular, permitindo que as aptidões e
as escolhas de nossos jovens sejam consideradas”, diz o ministro da Educação,
Milton Ribeiro.
Cronograma
O
cronograma definido pelo MEC prevê a implementação do novo ensino médio a
partir deste ano, de forma progressiva, pelo 1º ano do ensino médio. Também em
2022 deverão ser divulgadas as diretrizes do novo Enem. Em 2023, a
implementação segue, com o 1º e 2º anos e, em 2024, o ciclo termina com os três
anos do ensino médio.
O novo modelo de prova do Enem deve entrar em vigor apenas após
a total implementação das mudanças no ensino médio, em 2024. O Enem segue em
2022 e 2023 o mesmo formato das avaliações aplicadas em anos anteriores.
Fonte: Agência Brasil
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