PROLIFERAÇÃO DE ENFERMIDADE · CARNE DE TATU ESTÁ TRANSMITINDO MICOSE PULMONAR NO PIAUÍ, ALERTA O IBAMA.
Mais de 100 casos de micose pulmonar já foram registrados em 40 municípios do Piauí somente neste ano. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fez um alerta para que a população não coma carne de tatu.
As informações são do PebMed.
Em um estudo publicado em junho de 2018 na revista PLoS
Neglected Tropical Diseases, pesquisadores da Universidade Federal do Pará
(UFPA) indicaram que 62% dos tatus-galinha recolhidos do estado apresentaram
sinais de exposição à bactéria que causa a hanseníase.
Além disso, o estudo constatou que os indivíduos que ingerem
carne de tatu-galinha com mais frequência apresentam maiores concentrações de
anticorpos contra a hanseníase no sangue, o que aponta para uma forte
correlação entre a caça, o manejo, a ingestão desses animais silvestres e a
proliferação da enfermidade.
É importante ressaltar que no Piauí ainda não há registros
comprovados de casos de hanseníase que tenham ligação com o manejo e consumo do
tatu.
Outro perigo para a população é que o animal silvestre também
é um dos reservatórios da doença de Chagas.
Comércio ilegal
Em algumas regiões do Brasil é comum o comércio ilegal de tatu. O manejo e o
consumo do animal são crimes ambientais e podem transmitir diversas
enfermidades para os seres humanos.
“Não temos ainda pesquisas conclusivas nesta área. Mas
estamos fazendo esse alerta justamente para que possamos nos prevenir para que
casos venham acontecer”, diz Fabiano Pessoa, médico veterinário e responsável
pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do Ibama.
O Instituto alerta ainda sobre a existência de mais de 150
zoonoses que podem ser transmitidas de animais para seres humanos e vice-versa,
quando adquirido do tráfico e levado para dentro das residências.
Micose pulmonar
Micoses são causadas por fungos. A sua apresentação física pode aparentar
apenas uma lesão superficial que acomete a camada mais externa da epiderme até
infecções graves, sendo capaz de levar uma pessoa ao óbito, quando não
diagnosticada e tratada adequadamente.
As micoses pulmonares (ou sistêmicas) são causadas por fungos
leveduriformes, geralmente encontrados no solo. Os indivíduos, ao entrarem em
contato com micro nichos de fungo, em seu habitat natural, se contaminam e
podem adoecer.
A paracoccidioidomicose é a principal micose sistêmica no
Brasil, que representa uma das dez principais causas de óbito por doenças
infecciosas e parasitárias, crônicas e recorrentes no país.
O diagnóstico depende da avaliação clínica e laboratorial. A
confirmação laboratorial é realizada pela análise da presença do fungo em
secreções e tecidos, em forma de levedura com ou sem gemulação e cultura
específica.
A realização da sorologia e da histopatologia também são
necessárias na confirmação diagnóstica da paracoccidioidomicose. Exames
complementares, como hemograma, provas bioquímicas e exames de imagem podem
ajudar no diagnóstico.
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