LÍDERES DISCUTEM NESTA TERÇA ENCAMINHAMENTO DO PEDIDO DE CPI DO MEC.
Protocolado no Senado, o requerimento de instalação
de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar denúncias de
corrupção no Ministério da Educação (MEC) pode ser lido esta semana no Plenário
do Senado, etapa obrigatória para sua instalação. Uma reunião de líderes,
prevista para esta terça-feira (5), discutirá a questão e outros temas
relativos à pauta da semana no Plenário.
O autor do requerimento de instalação da CPI,
senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), anunciou na semana passada ter reunido 31
assinaturas, quatro a mais que o necessário, de acordo com o Regimento Interno.
Porém, após a leitura do requerimento em Plenário, ainda é possível a retirada
de assinaturas antes de sua publicação. O Executivo estaria trabalhando para
convencer pelo menos cinco senadores a retirar seus apoiamentos, inviabilizando
a instalação. Foi o que ocorreu em abril, quando três senadores retiraram
assinaturas para a criação da mesma CPI do MEC. Membros da base governista
também propuseram a instalação de uma CPI alternativa, que se contraponham à do
MEC. Uma das CPIs propostas, já protocolada pelo senador Carlos Portinho
(PL-RJ), investigaria obras inacabadas em creches, escolas e
universidades, no período de 2006 a 2018.
Nos últimos dias, senadores se manifestaram sobre a
questão nas redes sociais. "A CPI do MEC é urgente, não podemos deixar
esses escândalos passarem como se nada tivesse acontecido", publicou Jean
Paul Prates (PT-RN). "O que a oposição busca nada mais é do que uma forma
de antecipar o embate eleitoral, da mesma forma que fizeram com a CPI da
Pandemia. Não vamos permitir! Seguimos atuantes, em defesa do governo e do
presidente Jair Bolsonaro", escreveu Marcos Rogério (PL-RO). "Serei
100% sem revanchismo!", garantiu Jorge Kajuru (Podemos-GO), um dos nomes
especulados para compor a eventual CPI.
Denúncias
As denúncias de corrupção no MEC surgiram em março,
quando diversos prefeitos acusaram dois pastores evangélicos, Gilmar Santos e
Arilton Moura, próximos ao então ministro Milton Ribeiro (ele próprio pastor
presbiteriano), de pedir propina em troca da liberação de verbas do Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para construção e reforma de
escolas e creches e entrega de ônibus escolares. Também veio a público gravação
de fala de Milton Ribeiro em evento oficial, na qual apresenta Gilmar como indicação
do presidente da República, Jair Bolsonaro. Apesar de não terem cargos
públicos, Gilmar e Arilton eram presença constante no Ministério da Educação.
Diante da repercussão das denúncias, Ribeiro pediu demissão ainda naquele mês.
A Comissão de Educação (CE) debruçou-se sobre o
caso, mas o ex-ministro e os pastores não atenderam aos convites para depor.
Surgiu, então, a ideia de uma CPI, com poderes de investigação que a CE não
possui. A primeira tentativa de instalá-la, em abril, fracassou por falta de
assinaturas. No mês passado, porém, uma operação da Polícia Federal levou à
prisão preventiva de Ribeiro, Gilmar e Arilton, reacendendo o clamor pela
instalação de uma CPI. O governo acusa a oposição de tentar criar um fato novo
às vésperas da eleição de outubro.
Fonte: Agência Senado
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