PESQUISADOR DO DATAFOLHA É AGREDIDO POR BOLSONARISTA NO INTERIOR DE SÃO PAULO
Após
exigir ser entrevistado, Rafael Bianchin, i atacou o pesquisador com chutes e
socos e chegou a ameaçá-lo com um facão.
Um pesquisador do instituto Datafolha foi agredido nesta
terça-feira (20) com chutes e socos por um apoiador do presidente Jair
Bolsonaro (PL). De acordo com o jornal Folha
de S.Paulo, o ataque aconteceu em Ariranha, no interior paulista. O
profissional entrevistava uma pessoa quando o bolsonarista Rafael Bianchini se
aproximou e começou a gritar “só pega Lula” e “vagabundo”.
Ele exigia do pesquisador participar do levantamento. No
entanto, é prática entre os institutos evitar pessoas que se oferecem para a
entrevista. A norma evita que a amostra aleatória seja deturpada.
O ataque começou quando o pesquisador finalizou sua
entrevista com o outro morador. O agressor o atingiu pelas costas, derrubando
no chão o tablet usado para a entrevista. Quando o pesquisador reagiu às
agressões, o filho do bolsonarista também passou a atacá-lo.
O agressores atingiram o profissional com chutes e socos na
cabeça, nas costas e nos braços. As agressões só pararam com a intervenção de
vizinhos. Bianchini ainda entrou em sua casa e buscou uma peixeira para ameaçar
o pesquisador, mas foi contido pelo filho.
Em função dos ferimentos, o pesquisador recebeu atendimento
num pronto-socorro da cidade e foi liberado. Além disso, ele registrou um
boletim de ocorrência registrado na delegacia da cidade e disse que vai
processar Biachini e o fillho na Justiça.
Repercussão
Pelo Twitter, políticos, partidos de oposição e intelectuais
condenaram o ataque ao pesquisador do Datafolha. “Eles querem acabar com as
réguas do país para esconder a distância entre Lula e o miliciano!”, disse o
candidato a deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP). O PT Paulista também
manifestou solidariedade ao profissional agredido. “É preciso conter a escalada
de ódio e intolerância. O país precisa de paz!”
O professor titular da Faculdade de Comunicação da
Universidade Federal da Bahia (UFBA) Wilson Gomes também se indignou com o
caso: “O que falta mais acontecer agora que estamos à mercê de uma espécie de
delírio psicótico coletivo dos bolsonaristas?”
Crescentes ameaças
Em entrevista à Folha, a diretora do instituto, Luciana Chong
destacou a preocupação com o aumento das hostilidades contra pesquisadores. “O
pesquisador estava desempenhando seu trabalho e foi covardemente agredido
fisicamente. Nada justifica qualquer tipo de agressão. Estamos acompanhando um
aumento da hostilidade em relação aos pesquisadores e isso é muito
preocupante”. Nesse sentido, o Datafolha informou que, somente no dia 13,
registrou dez “intercorrências” contra pesquisadores em municípios de
diferentes regiões do país.
Resultados
Posteriormente, na última quinta-feira (15), o Datafolha
divulgou pesquisa que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT, da
coligação Brasil da Esperança), estável na liderança da disputa presidencial,
com 45% das intenções de voto. Bolsonaro, por outro lado, oscilou um ponto
para baixo, ficando com 33%. Considerando apenas os votos válidos – excluindo
brancos e nulos –, Lula
marcou 48%, mantendo, assim, chance de vitória no primeiro turno, dentro da
margem de erro, que é de dois pontos.
O Datafolha divulga amanhã (22) uma nova rodada da pesquisa
sobre a disputa presidencial. No mesmo dia, o instituto também vai divulgar
levantamentos para os governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
CUT.
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