“Eu sou Gael, já nasci 22 e vou votar no Bolsonaro... Eu vou começar a reclamar aqui no hospital para diferenciar o negócio do pai, eles botam uma roupa vermelha... O doido não vem dizer que vai votar no Lula... Rapaz, tu quer que eu vá já embora e nem opere ela”, diz o médico ao casal, poucos segundos após o bebê vir ao mundo.

Na sequência, Rendeiro insiste na intimidação e repete para os dois que eles devem votar no candidato radical de extrema direita. “Essa aqui é a mamãe do Gael, dia 30 ela vota 22... Vou mandar pro Bolsonaro esse vídeo, que ele está em uma live especial”, repete o profissional, para um olhar constrangido da mulher, que concorda com ele.

As imagens revoltantes foram divulgadas pelo próprio Rendeiro e suas redes sociais, mas foram apagadas após as primeiras repercussões negativas sobre o caso, na noite de sábado (22).

O médico que protagonizou as cenas respondeu aos contatos e disse não saber do que se trata a acusação, citando também dados sobre sua carreira.

“Ele teria dito que já realizou mais de 5 mil partos em 40 anos de exercício profissional, e que desconhece o tal vídeo e seu teor. "Agora a pouco verifiquei o aplicativo onde publico vídeos sobre o nascimento de crianças que tenho a felicidade de fazer o parto e pergunto aos pais se existe alguma objeção sobre publicar os vídeos. Existem centenas de vídeos publicados e não se coadunam com os dizeres a mim atribuídos”, diz a nota enviada ao DOL.

A vereadora Lívia Duarte (PSOL), de Belém, que é deputada estadual eleita no estado do Pará, comunicou em suas redes sociais que já oficiou um pedido de abertura de investigação sobre o episódio, e classificou a conduta do médico como “assédio e ameaça direta à integridade da paciente”.

Veja o vídeo