APÓS ATOS TERRORISTAS, LULA REPENSA SOBRE GABINETE DE SEGURANÇA DO EXECUTIVO.




Dos 80 integrantes de cargos de confiança do GSI herdados do governo de Bolsonaro apenas sete foram exonerados.

 Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Foto: Reprodução




O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) deve passar por mudanças após os atos terroristas do último dia 08. O motivo é a desconfiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entorno da segurança do Poder Executivo. A intenção é renovar o quadro herdado do governo de Jair Bolsonaro (PL), já que, atualmente, dos 80 integrantes de cargos de confiança que compunham o órgão, apenas sete foram exonerados desde a posse do petista.

O número é cerca de 10% do total, e na avaliação dos ministros de Lula, a ineficiência dos militares responsáveis pela segurança do Executivo durante a invasão à Praça dos Três Poderes foi visível.

Em entrevista ao jornal "O Globo", o ministro da Casa Civil Rui Costa afirmou que "o GSI está sendo mudado e será mudado quase na sua integralidade, quase 100% dele será renovado. Já começou e todas as pessoas serão renovadas para ter uma oxigenação e para botar pessoas com maior treinamento, com maior capacidade de ação e de reação".

Atualmente o Gabinete de Segurança é composto por 1.100 servidores - 80 deles integram cargos de confiança. Até o momento, todas as mudanças do governo Lula no GSI foram promovidas de forma pontual na Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial. O efetivo é composto, em sua maioria, por militares das Forças Armadas - categoria alinhada as ideias bolsonaristas de extrema direita.

No governo de Jair Bolsonaro, o GSI era comandado pelo general da reserva Augusto Heleno - o militar chegou, inclusive, a ser cotado para ser vice na chapa do ex-presidente em 2018.

O questionamento trazido pela gestão de Lula foi a falta de atuação do GSI no impedimento dos atos golpistas no Planalto. Após o episódio, houve um desgaste para o general da reserva Gonçalves Dias, escolhido por Lula no início de seu governo.

"Eu não consigo imaginar a Casa Branca sendo invadida. O uso de todas as forças na última instância seria utilizado para impedir isso. Deveria ter sido utilizada a energia máxima para impedir o que ocorreu", afirmou o ministro ao jornal.

No dia do ataque aos Três Poderes, o contingente de segurança do órgão era de apenas 40 homens - mais de 4 mil bolsonaristas invadiram e depredaram o Congresso, o STF e o Planalto no dia.

O militar José Eduardo Natale de Paula Pereira, responsável pela segurança do local, afirmou em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal durante depoimento, que só no Salão Nobre do segundo pavimento do prédio havia cerca de 700 pessoas. O número é equivalente a 17 invasores para cada segurança que estava no local no dia dos atos terroristas.

“Havia por volta de 40 homens na tropa de choque do GSI para fazer a contenção dos milhares de manifestantes”, declarou Pereira. “Havia gritaria, barulho de cornetas e barulho de bombas. A maioria dos manifestantes vestia roupas verde e amarelo e outras roupas camufladas e desferiam palavras de ordem contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informando que não aceitavam ele como presidente legítimo”, acrescentou.

Na véspera da invasão, mesmo com dezenas de ônibus com milhares de bolsonaristas chegando a capital federal, o GSI decidiu dispensar reforço no Batalhão da Guarda Presidencial. A determinação ocorreu cerca de 20 horas antes do ato golpista.

O governo do petista, além da renovação da equipe do GSI, traça um novo protocolo de segurança para o Planalto. Falhas que permitiram o acesso dos invasores estão sendo revistas com a ajuda de imagens de câmeras de segurança.

Um ensaio periódico de contenção de invasores e evacuação em simulações de caso de risco também está sendo estudado pela nova gestão de Lula.

"É preciso repensar, replanejar e treinar muito. Adotar modelos mais rígidos, firmes e duros de proteção das instituições para que não se repita nunca mais", afirmou o ministro da Casa Civil Rui Costa.


Fonte: Portal IG Mail

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