FERNANDO MENEZES, O HOMEM QUE DEU A CANETA PARA O PRESIDENTE LULA.

Fernando Silva de Meneses, nascido no dia 16 de dezembro de 1954, entrou para a história aos 68 anos com uma caneta que comprou há mais de 30 anos atrás em uma bodega de Picos (PI). Sentindo uma febre forte, ele entrou em uma bodega para tomar uma dose de conhaque com limão, onde também comprou uma caneta branca bem simples.
Amigo de Luís Inácio Lula da Silva, o homem que agora é presidente do Brasil - pela terceira vez - do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Meneses sempre dava presentes ao companheiro que vez ou outra visitava o Piauí. Uma cachaça, um doce. Desta vez, ele só tinha uma caneta.
A caneta, uma imitação da marca Montblanc, deu o que falar no noticiário nacional. Será mesmo verdade toda essa história? Lula e Meneses garantem que sim. E a homenagem, essa impossível de ser contestada, foi ao povo do Piauí, que historicamente dá expressivas votações ao já empossado presidente.
O homem que, além de tudo, é tio da judoca Sarah Menezes, viveu duas grandes felicidades em 2023. A lembrança de Lula em rede nacional, de forma inesperada e ao vivo, além do nascimento do neto no dia 3 de janeiro. Sem dúvidas, este é o ano de Fernando.
Para NOSSA GENTE, Fernando Meneses traça um pedacinho da história nacional com uma caneta esferográfica que atravessou o tempo. Da pequena bodega de Picos, para a ratificação do mais alto cargo da República Federativa do Brasil.
Jornal Meio Norte: Como começou sua história com o PT?
Fernando Meneses: No movimento estudantil, entre 76 e 77. Fiz a primeira militância contra a ditadura militar. A gente se encontrava para discutir. A gente já falava sobre um partido político, era um embrião. Depois fui para Brasília, onde conheci o Lula. Ele já falava em montar o partido. Depois encontrei ele novamente, como deputado. Eu já conversava com ele sobre a pobreza e a miséria no Piauí. Eu dizia: em Assunção do Piauí o pessoal mora em locas, em cavernas. Então, vim em 1983 para Teresina novamente. Eu morava em frente ao Dom Barreto. Depois fui morar em Altos. Mas a história que precisa ser contada é a história da caneta…
Eu peguei um táxi e cheguei na Igreja São Benedito, onde ele estava caminhando. Eu sempre dava algo para ele. Naquele momento eu só tinha a caneta. Então dei a caneta para ele e disse: olha aí, Lula, para você assinar no dia da sua posse.Fernando Meneses
JMN: Quais seus planos futuros?
FM: Quero ver Lula assinar coisas boas para nosso Piauí. Além disso, quero continuar a luta e defender o governo Lula e Rafael. Quero melhorar as escolas e o polo da Universidade em Altos.
JMN: O senhor já tentou a carreira política?
FM: Sou de bastidores. Uma época, fui candidato a deputado para cumprir uma determinação eleitoral. Mas eu fiz campanha para o Antônio José. Em Altos eu nunca me candidatei. Eu sempre trabalhei cobrando para o povo.
JMN: É verdade que Lula resolveu sua filiação?
FM: Sim! Quando ele veio para o Piauí. Eu passei dois anos aqui sem o pessoal querer me filiar. Até que ele veio e contei a história. Estavam presentes Antônio José, Marcelino, Josué, Ribamar e algumas pessoas do PT que já até morreram, como o Meireles. Então em 1985 ele assinou minha ficha de filiação.
JMN: O que esse fato representa para você?
FM: É uma homenagem para o povo do Piauí, que deu 76% dos votos para Lula. Wellington Dias, Rejane Dias, Rafael Fonteles. É uma história muito bonita. Era uma caneta comum que eu espero que o Lula retribua para a gente. Eu quero ir a Brasília para falar com Lula para pedir coisas para o Piauí. Ainda temos a miséria, a fome, a violência. Precisamos amenizar essa situação que ainda existe. O Piauí é uma riqueza e devemos dar um futuro para nossos filhos e netos. Não podemos exportar soja e feijão se tem gente aqui passando fome. Eu nunca pensei na minha vida que ia voltar a ver pessoas pedindo esmola. Isso tinha acabado com Lula e voltou com Bolsonaro.
JMN: E como foi isso?
FM: Um dia histórico na minha vida. Eu cheguei de Picos em 1989, já fazendo campanha para Lula no interior. Eu saí para fazer ata em reunião em Paulistana para poder ter a candidatura do Nazareno, que tentou o Governo do Estado na época. Eu peguei um táxi e cheguei na Igreja São Benedito, onde ele estava caminhando. Eu sempre dava algo para ele. Naquele momento eu só tinha a caneta. Então dei a caneta para ele e disse: olha aí, Lula, para você assinar no dia da sua posse. A prova é a foto que não sei até hoje quem tirou. Ele usou a caneta para anotar o nome das pessoas que estavam presentes. Recebi ligações de gente de todo o Brasil. Passei quatro horas deitado, muito emocionado.
MEIO NORTE
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