CRIANÇA MORREU POR ASFIXIA UM DIA APÓS COMPLETAR 5 ANOS E RECEBER ATENDIMENTO POR VÔMITO EM HOSPITAL.
A família de Nicolas Eduardo da Silva Sousa, registrou boletim de ocorrência e o caso será investigado pela Polícia Civil.
A criança deu entrada no Hospital Regional de Campo Maior, com diarreia e vômito. Secretaria de Saúde nega negligência.
Um menino de 5 anos, identificado como Nicolas Eduardo da Silva Sousa, morreu por asfixia após ter recebido atendimento médico no Hospital Regional de Campo Maior, a 80 km de Teresina, na noite de segunda-feira (10). A família da criança registrou um boletim de ocorrência e o caso será investigado pela Polícia Civil. A Secretaria de Saúde nega negligência.
Segundo Albany Teles, sogra do tio da vítima, a mãe levou a criança ao hospital porque ele estava com diarreia e vômito. Durante atendimento, o médico prescreveu uma injeção para Nicolas, conforme a família.
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Boletim de Ocorrência sobre a morte da criança registrado em Campo Maior-PI — Foto: Reprodução
“Também prescreveram um remédio para ele tomar em casa, então a mãe dele foi na farmácia e comprou. Mas quando eles chegaram em casa, a mãe percebeu que a criança estava ‘molezinha’, revirando os olhos e com um ronco no peito”, explicou.
De acordo com o hospital, por volta das 21h15, o médico foi chamado novamente a sala de estabilização para atendimento da criança, que havia retornado sem sinais vitais, e com sinais de parada cardiorrespiratória. Logo em seguia, foi constado o óbito por asfixia devido a broncoespasmo.
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Atestado de óbito da criança — Foto: Reprodução
A família da vítima contou que ao ser informada do óbito da criança, solicitaram à equipe médica o prontuário de atendimento, mas o hospital se negou a entregar. A mãe de Nicolas registrou o boletim de ocorrência no 2º Distrito Policial de Campo Maior.
“Levaram a mãe aos prantos pra sala da assistente social e quando ela saiu de lá já foi com o atestado de óbito do Nicolas. O corpo também foi removido na mesma noite do hospital, não teve perícia”, afirmou Albany.
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Nicolas Eduardo da Silva Sousa morreu por asfixia no Piauí — Foto: Arquivo pessoal
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), o paciente recebeu o atendimento adequado e que não procede à informação de que foi aplicada benzetacil na criança. Conforme o hospital, a medicação prescrita foi própria para vômito e uma outra para febre, mas não divulgou quais os nomes.
“Foi iniciado prontamente manobras de reanimação, incluindo massagem cardíaca, administração de adrenalina e intubação orotraqueal, procedimento durante o qual foi observado grande quantidade de conteúdo gástrico em entrada de via área, com realização de múltiplas aspirações, o que levou ao médico constatar asfixia devido a broncoespasmo como causa da morte”, informou.
Confira a nota da Sesapi na íntegra:
O Hospital Regional de Campo Maior esclarece que o paciente recebeu o atendimento adequado por volta das 19h10 desta segunda-feira. Não procede a informação divulgada na imprensa de que foi aplicada benzetacil no paciente. A medicação prescrita foi própria para vômito e uma outra para febre. O Hospital esclarece ainda que pediu aos familiares que aguardassem na unidade de saúde até a alta médica.
Horas mais tarde, por volta das 21h15, o médico é chamado novamente à sala de estabilização para atendimento da criança que havia retornado sem sinais vitais, e com sinais de parada cardiorrespiratória que não devia ser recente, devido às características da pele do paciente, apresentando livedo reticular em membros inferiores e cianose de extremidades.
Foi iniciado prontamente manobras de reanimação, incluindo massagem cardíaca, administração de adrenalina e intubação orotraqueal, procedimento durante o qual foi observado grande quantidade de conteúdo gástrico em entrada de via área, com realização de múltiplas aspirações, o que levou ao médico constatar asfixia devido a broncoespasmo como causa da morte.
Foi informada a família sobre os procedimentos realizados e que existia a possibilidade de encaminhar o corpo para o sistema de verificação de óbito, caso fosse do desejo dos familiares dirimir quaisquer dúvidas sobre os eventos que levaram a morte. Porém, a família não aceitou, alegando ser um processo demorado.
O Hospital Regional de Campo Maior está aberto para quaisquer esclarecimentos.
Fonte: Lívia Ferreira*, G1 PI
*Estagiária sob supervisão de Catarina Costa.
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