SOBE APROVAÇÃO DE LULA, APONTA DATAFOLHA.
Popularidade avança na classe média e entre os mais escolarizados
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Aprovação de Lula sobe, aponta Datafolha
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou sinais de recuperação em sua popularidade após meses de desgaste. De acordo com a mais recente pesquisa Datafolha, divulgada pela Folha de S.Paulo, a aprovação de seu governo aumentou em cinco pontos percentuais, passando de 24% em fevereiro para 29% em abril. Esse resultado marca uma reversão na tendência de queda e indica que as recentes ações do governo, especialmente nas áreas de comunicação e publicidade, começam a produzir efeitos.
Os avanços mais significativos foram observados entre a classe média e os brasileiros com maior nível de escolaridade. Entre os que possuem ensino superior, a aprovação saltou de 18% para 31%. No grupo com rendimento de 2 a 5 salários mínimos, a avaliação positiva subiu de 17% para 26%. O mesmo padrão de crescimento foi registrado nas faixas de renda mais alta: entre aqueles que ganham de 5 a 10 salários, e também entre os que recebem mais de 10 salários mínimos, a taxa de aprovação passou de 18% para 31%.
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No Nordeste, tradicional reduto de apoio ao presidente, a aprovação voltou a crescer, atingindo 38%, após uma queda entre dezembro e fevereiro. No Sudeste, o avanço também foi significativo: de 20% para 25%. Entre as mulheres, que haviam mostrado uma queda expressiva no apoio no início do ano, o índice de aprovação aumentou de 24% para 30%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 3 de abril, com 3.054 entrevistados em 172 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A recuperação da imagem do presidente ocorre após uma série de ajustes estratégicos, como a nomeação do marqueteiro Sidônio Palmeira para a chefia da Secretaria de Comunicação Social (Secom). Na última quinta-feira (3), o governo promoveu o evento "Brasil Dando a Volta por Cima", apresentando balanços positivos das ações do Executivo — sinalizando uma nova fase de atuação mais assertiva na disputa pela narrativa pública.
Embora a reprovação ainda seja maior (38%), ela caiu em relação ao pico de 41% registrado em fevereiro. A avaliação regular permaneceu estável em 32%. Em relação à expectativa sobre o futuro do governo, o país parece dividido: 35% acreditam que Lula fará um governo ótimo ou bom, o mesmo percentual dos que esperam um desempenho ruim ou péssimo. Outros 28% projetam uma gestão regular.
A comparação com outros momentos históricos coloca os números atuais em perspectiva. No auge da crise do mensalão, em 2005, Lula registrava índices semelhantes de aprovação (28%). Já em maio de 2021, no terceiro ano do governo Jair Bolsonaro, apenas 24% avaliavam sua gestão como ótima ou boa, enquanto 45% a consideravam ruim ou péssima.
Outro dado relevante é a percepção sobre a vida pessoal da população: embora 29% afirmem que sua situação piorou desde a posse de Lula, 28% dizem que melhorou — uma oscilação dentro da margem de erro, mas que sugere uma tendência de equilíbrio. Já o número de pessoas que sentem que nada mudou caiu de 51% para 42%, indicando uma percepção de transformação, ainda que incipiente.
Com uma campanha publicitária em andamento e contratos que podem movimentar até R$ 3,5 bilhões em comunicação institucional, o governo Lula aposta na recuperação do protagonismo político e na reconexão com a população. A recuperação parcial registrada pela pesquisa Datafolha sugere que a virada pode estar em processo.
PENSARPIAUÍ
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