DESMATAMENTO CRESCEU EM QUATRO MUNICÍPIOS DO PIAUÍ, APONTA RELATÓRIO.

Levantamento do MapBiomas revela que o Estado detém o título de maior área desmatada do Brasil dentro de uma única propriedade rural.

O desmatamento aumentou em quatro municípios piauienses. É isso o que revela o Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, produzido pela rede MapBiomas e divulgado hoje (15). As quatro cidades com maiores aumentos proporcionais do desmatamento no Estado são Canto do Buriti, Jerumenha, Currais e Sebastião Leal. Junto com os estados do Matopiba, o Piauí está entre as cinco unidades federativas que mais desmataram em 2024. Segundo o relatório, a região do Matopiba concentrou 75% do desmatamento do Cerrado e cerca de 42% de toda a perda de vegetação nativa no país.

Thomas Bauer/Instituto Sociedade, População e NaturezaDesmatamento cresceu em quatro municípios do Piauí, aponta relatório

O Maranhão lidera o ranking do desmatamento, mesmo com redução de 34,3% da área desmatada. A Amazônia ficou em segundo lugar, com 30,4% da área desmatada no Brasil (377.708 hectares). Foi a menor área desmatada dos seis anos de série histórica do Relatório Anual do Desmatamento desde 2019. Juntos, Amazônia e Cerrado responderam por quase 89% da área desmatada em 2024 e isso se reflete no tipo de vegetação mais desmatada no Brasil: pelo segundo ano consecutivo, as formações savânicas foram as áreas mais desmatadas (52,4%) no Brasil, seguidas das formações florestais (43,7%).

A Caatinga vem em terceiro lugar, com 14% da área desmatada (174.511 hectares). Mas o que chama a atenção no relatório, segundo o MapBiomas, é a área desmatada dentro de um único imóvel rural: ela se situa no Piauí. Os números apontam que foram desmatados 13.628 hectares em uma única propriedade piauiense dentro de uma janela temporal de três meses, o que equivale a seis hectares desmatados por hora. A área desmatada corresponde a 136,28 Km², o que é maior, por exemplo, que a cidade de Parnaíba, que possui cerca de 124 Km² de área urbana.
ReproduçãoDesmatamento cresceu em quatro municípios do Piauí, aponta relatório

Os 3% restantes da área total de desmatamento no Brasil ficaram com Pantanal (1,9% ou 23.295 hectares) e Mata Atlântica (1,1%, ou 13.472 hectares). O Pampa aparece com a menor área de desmatamento do relatório: 0,1% do total, ou 896 hectares. Porém, de acordo com o levantamento, os sistemas de detecção automática de supressão de vegetação nativa baseados em sensoriamento remoto ainda têm limitações nos ambientes campestres, o que pode causar omissões principalmente nos biomas Pampa e Pantanal. No caso específico do Rio Grande do Sul, eventos climáticos extremos alavancaram a perda de vegetação nativa nesse estado, que teve aumento de 70%.

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Perdas nas Unidades de Conservação

O Relatório Anual do Desmatamento revela que foram perdidos 57.930 hectares de vegetação nativa dentro de Unidades de Conservação (UCs) em 2024. A redução é de 42,5% em relação a 2023. Em UCs de Proteção Integral a redução foi maior: 57,9%, com 4.577 hectares em 2025. A Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu-PA, na Amazônia, foi a Unidade de Conservação com maior área desmatada no Brasil, com 6.413 hectares. Esse número representa uma redução de 31,7% em relação a 2023, quando ocupava o terceiro lugar no ranking, com 9.391 hectares.
Arquivo Agência BrasilDesmatamento cresceu em quatro municípios do Piauí, aponta relatório

No Piauí, a APA Serra da Ibiapaba, que abrange também parte do território piauiense e cearense, foi a segunda maior em temos de área desmatada no Brasil, com 6.145 hectares destruídos. Isso equivale a 61,45 Km², uma área que corresponde a mais da metade do município de Oeiras – que tem cerca de 115 Km² de área urbana. Já a APA da Chapada do Araripe, que também abrange partes do Piauí, foi a terceira, com 5.965 hectares desmatados, uma área maior que a do município de Buriti dos Lopes

Por meio do relatório, o MapBiomas alerta que mais de 97% de toda a perda de vegetação nativa no Brasil nos últimos seis anos ocorreram por pressão da agropecuária. Outros vetores têm peso distinto de acordo com o BIOMA. Por exemplo, no caso do garimpo, 99% de toda a área desmatada por esta atividade está localizada na Amazônia. Já no caso dos desmatamentos associados aos empreendimentos de energia renovável desde 2019, 93% deles estão concentrados na Caatinga. O Cerrado, por sua vez, concentra 45% da área desatada relacionada à expansão urbana em 2024.

Em seis anos, o desmatamento no Brasil suprimiu uma área equivalente a toda a Coreia do Sul: foram 9.880.551 hectares de 2019 a 2024 – dois terços dos quais (67%, ou 6.647.146 hectares) ficam na Amazônia Legal.
Divulgação/SemarhDesmatamento cresceu em quatro municípios do Piauí, aponta relatório

O DIA.COM - TERESINA

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