CIRO CADA VEZ MAIS ISOLADO; FIDELIDADE IMPOSTA PELO PT DEVE SER SEGUIDA POR PSD E MDB NO PIAUÍ.


A disputa pelo Governo do Piauí em 2026 já parece resolvida antes mesmo de começar. Com cerca de 80% de aprovação popular, o governador Rafael Fonteles (PT) caminha com segurança para a reeleição e consolida sua posição como a principal liderança política no estado mais lulista do Brasil. Do outro lado, a oposição definha: os nomes até agora ventilados pelo grupo do senador Ciro Nogueira (Progressistas) — como Margarete Coelho ou Mainha — mal alcançam 5% nas pesquisas de intenção de voto. Na prática, não há adversário competitivo à altura no cenário estadual.

O verdadeiro embate, no entanto, está na corrida pelas duas vagaa ao Senado. Três nomes estão no tabuleiro: o próprio Ciro, que busca renovar seu mandato; o deputado federal Júlio César (PSD), respaldado por Gilberto Kassab; e o senador Marcelo Castro (MDB), que também tenta manter a cadeira.

Foto: reprodução
Ciro cada vez mais isolado: fidelidade imposta pelo PT deve ser seguida por PSD e MDB no Piauí

Diante dessa configuração, o PT resolveu apertar o cerco e impor fidelidade. O novo presidente estadual do partido, deputado Fábio Novo, já deixou claro: qualquer filiado que apoiar Ciro ou nomes adversários à base de Rafael e Lula será expulso. Fábio garante que haverá diálogo antes de qualquer medida extrema, mas não esconde que está pronto para aplicar o estatuto.

A fala do dirigente petista ecoa dentro do Palácio de Karnak. A avaliação é que Rafael Fonteles endossa essa linha dura nos bastidores e tem como meta fortalecer sua base com lealdade total. Com o PT dando o exemplo, a tendência é que PSD e MDB também exijam disciplina de seus quadros. Prefeitos, deputados e lideranças que não seguirem Júlio César ou Marcelo Castro poderão sofrer as mesmas sanções partidárias.

Caso essa articulação seja bem-sucedida, Ciro Nogueira ficará isolado com o apoio de apenas 34 prefeitos — os eleitos pelo Progressistas em 2024. Já Rafael uniria uma base robusta de até 172 prefeitos: 65 do PSD, 57 do MDB e 50 do PT. O contraste é gritante e reforça a superioridade institucional do governador.

Foto: 180graus

Nos bastidores, cresce a avaliação de que Ciro pode estar sendo empurrado para fora do jogo no Piauí. Diante da rejeição crescente entre o eleitorado lulista, o senador pode acabar desistindo da reeleição ao Senado e mirar um novo projeto nacional: ser vice numa chapa de oposição à Lula ou coordenar a campanha da direita em 2026.

De um jeito ou de outro, o recado foi dado: a disputa no Piauí deixou de ser entre governo e oposição e passou a ser uma batalha interna da base para definir quem vai ocupar o Senado — e quem vai ficar de fora do poder. Ciro, outrora todo-poderoso, agora precisa enfrentar não só seus adversários, mas também o fantasma do isolamento político.

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