OS PERIGOS DO CARRAPATO PARA ANIMAIS E SERES HUMANOS.

Veterinário orienta sobre os riscos que o parasita pode trazer e a importância do cuidado redobrado com infestações.

Apesar de serem parasitas pequenos e ficarem quase sempre escondidos, os carrapatos são aracnídeos que podem causar grandes problemas, especialmente para animais de estimação. Como oito patas, eles são animais parentes das aranhas que se alimentam do sangue de animais vertebrados, em sua maioria mamíferos, como cachorros, bois, cavalos e, até mesmo, seres humanos.

De acordo com a Embrapa, o Brasil tem cerca de 230 espécies de carrapatos, mas a mais comum delas é a Rhipicephalus Sanguineus, mais conhecida como “carrapato do cão urbano”. O tipo é conhecido por esse nome justamente por se reproduzir em ambientes domésticos. Além de gerar alergias nos pets, uma infestação do animal pode causar vários danos à saúde dos pets, como anemia e doença do carrapato.

A maior parte dos estados brasileiros costuma perceber um aumento na tendência de proliferação dos carrapatos nas épocas do ano em que as temperaturas são mais altas. Mas, segundo o veterinário Jonathan Iago, Teresina, por ter um clima predominantemente quente em todo o ano, tem a presença constante desses parasitas. “Não existe uma época em que o carrapato não esteja presente. O que acontece é que, quando nossa região está mais quente, realmente prolifera muito mais, mas não quer dizer que no inverno ele desapareça”, explica.
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Reprodução/Prefeitura de JundiaíOs perigos dos carrapatos para animais e humanos

Perigo para os pets

O veterinário ressalta que o perigo é constante e isso pode ser percebido na rotina clínica. “Os casos de doença do carrapato, que já são muitos, tendem a aumentar um pouco mais. Eu atendo casos de doença do carrapato todos os dias, é muito sério”, conta Jonathan. Segundo o profissional, os cães estão em perigo constante, já que os parasitas buscam se alimentar de quem é mais predisposto e vulnerável, como os animais de estimação (cachorros e, em alguns casos, gatos).

Esses aracnídeos passam uma pequena parte do ciclo de vida nos animais, vivendo principalmente soltos no ambiente. Por isso, o cuidado deve ser redobrado com o pet e com a casa. “Quando você vê o carrapato no seu cachorro, não quer dizer que ele mora ali, ele só foi se alimentar. Não adianta dar medicação para o cachorro e não fazer a proteção do ambiente”, reforça o veterinário. Produtos específicos para a casa podem ser encontrados em lojas de itens agropecuários, mas é preciso ter cuidado com a toxicidade.

Jonathan Iago destaca que o principal perigo trazido pelos carrapatos é o da transmissão de doenças hemoparasitoses, sendo babesiose, erliquiose (ou doença do carrapato), hepatozoonose e anaplasmose as quatro principais condições. Os cães são os principais hospedeiros dos parasitas, mas gatos também podem ser afetados, e o risco vai além da picada. “A hepatozoonose, por exemplo, pode ser transmitida quando o animal acidentalmente ingere o carrapato ao se coçar”, explica.
O DIA TVJonathan Iago, Veterinário.

Entre os sintomas mais comuns nos pets estão falta de apetite, apatia, febre, vômitos e diarreia. “Se o cachorro come bem todos os dias e de repente passa três, quatro dias sem comer, ficou tristinho, mudou o comportamento, é sinal de alerta. O ideal é procurar o veterinário o mais rápido possível e realizar o teste para descobrir se o animal tem ou não tem a doença”, orienta o especialista.

Como prevenir?

Atualmente, existem diversas formas de proteção disponíveis no mercado, como comprimidos mastigáveis, coleiras repelentes, shampoos e soluções tônicas, por exemplo. “Esses comprimidos têm duração média de 30 dias e 12 semanas. Passado esse prazo, o animal volta a ficar desprotegido”, ressalta Iago.

Até mesmo cachorros que vivem em ambientes menores e mais protegidos, como apartamentos, não estão livres dos riscos. “Eles saem para passear e podem entrar em contato com o carrapato. Até mesmo nós, como sapatos e roupas, podemos levar os parasitas para dentro de casa”, diz;

Os carrapatos também podem transmitir doenças para humanos, como a Doença de Lyme e a Febre Maculosa, mas apenas de forma direta. “É importante entender que o cachorro não transmite diretamente para o dono. O vetor é sempre o carrapato. Se [o parasita] estiver infectado, pode transmitir doenças para humanos”, esclarece o veterinário.

O especialista ainda reforça que a doença do carrapato é muito grave e, infelizmente, ainda mata vários animais. “O ideal é sempre manter a prevenção em dia, essa é a melhor forma de proteger nossos pets e também a nós mesmos”, conclui Jonathan.

Rebeca Negreiros, especial para o Portal O Dia, com edição de Isabela Lopes.

o dia.com - teresina

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