DELEGADO TROCA SEXO E PODE ASSUMIR DEFESA DA MULHER EM GOIÁS
Uma cirurgia
de mudança de sexo, realizada na Tailândia, é o assunto do momento nos
bastidores da segurança pública no estado de Goiás. Há cerca de seis meses, um
delegado de Polícia Civil entrou de licença médica, viajou até a Ásia, onde
submeteu-se à mudança de sexo, da qual ainda se restabelece. Em fevereiro,
quando deverá voltar ao posto, no lugar do delegado Thiago de Castro Teixeira,
quem assumirá será a delegada Laura de Castro Teixeira.
E Laura
reassumirá com a possibilidade de lotação na Delegacia Especializada de Defesa
da Mulher (Deam) Central de Goiânia, onde a titular, Ana Elisa Gomes Martins,
carente de reforço, garante uma boa recepção. "Se ela vier, será recebida
com profissionalismo e para atender uma grande demanda de um público
carente", informa a delegada Ana Elisa, que chefia uma especializada com
três delegadas adjuntas e quatro plantonistas, todas sobrecarregadas pela
violência contra a mulher.
A história
foi revelada na ultima quinta-feira, 23, pelo jornal Diário da Manhã (DM), que
dá como certa a posse dela como delegada da Mulher de Goiânia. A reportagem
mostrou a surpresa de alguns ex-colegas de trabalho com as mudanças feitas por
Thiago. "O delegado era implacável em ações que exigiam demonstração de
'macheza' e sua conduta era de um homem que exalava testosterona, não de um
indivíduo que pudesse mudar de sexo e vir a se tornar uma figura
feminina", declarou um escrivão ouvido.
Policial
tido como sério, com atuação firme nas operações de combate à criminalidade
promovidas pela Polícia Civil, onde ingressou há cerca de quatro anos, Thiago
foi delegado titular das cidades de Trindade e Senador Canedo, ambas na região
Metropolitana de Goiânia. Também atuou como coordenador do grupo especial de
repressão a narcóticos (Genarc) da cidade de Porangatu, no Norte de Goiás. Outros
detalhes pessoais sobre a vida do policial que vieram a público com a mudança
de sexo, dizem respeito ao passado de Thiago, que foi casado e tem dois filhos.
À
reportagem, uma fonte da Polícia em Goiânia informou, solicitando o anonimato,
que a mudança de sexo "não foi uma surpresa de agora, já que a licença e a
viagem à Tailândia eram sabidas de algumas pessoas há alguns meses". A
fonte sinalizou que, nos bastidores da corporação, a condição do delegado era
conhecida, "mas não comentada amplamente, inclusive porque ele tem uma
atuação linha dura".
O caso é
tratado com cuidados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). A assessoria
de imprensa da Polícia Civil evitou informar os contatos da delegada Laura.
Segundo a assessoria, o diretor geral da PC, delegado João Carlos Gorski, não
comentará o caso, justificando se tratar de assunto pessoal "que não
afetará em nada a parte administrativa" do cargo exercido pela delegada,
já que houve autorização judicial para a mudança de nome. Ainda segundo a
assessoria, não há definição - por enquanto - sobre a próxima lotação de Laura,
indicando que não está confirmada ou descartada uma atuação como delegada da
mulher.
Na Delegacia
da Mulher, tradicionalmente, a maior parte dos postos de delegados é ocupada
por mulheres, mas algumas vezes já foram ocupados por homens. Na Especializada,
homossexuais homens como travestis, não são atendidos. O atendimento é
exclusivo para mulheres, entre as quais lésbicas vítimas de violência.
Fonte: Agência Estado
Fonte: Agência Estado
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