PIAUÍ TEVE 613 MORTES EM 2018 E DESENVOLVE PROJETO PARA COMBATER CRIMES; ENTENDA O “GESTÃO DE RISCO”

Nesse cenário, 92% dos crimes aconteceram em zona urbana, dos quais 60% utilizou arma de fogo e desenvolve projeto.

 Qual o maior desafio da segurança pública no Piauí?, questiona secretário sobre as 657 mortes de 2018 (Foto: Edrian Santos/OitoMeia)
Em 2018, pelo menos 613 pessoas foram assassinadas no Piauí. A redução foi de 16% em relação a 2014, quando a medição começou. “Mas, não há o que comemorar”, destacaram os gestores da segurança pública quando questionados sobre o “clima” dos números.
Nesta terça-feira (08/01), a Polícia Civil reuniu uma dezena de jornalistas para explicar os dados obtidos pelo Sistema de Monitoramento de Crimes Violentos e Letais (CVLI), atualizado através dos casos que chegam às delegacias.
Nesse cenário, 92% dos crimes aconteceram em zona urbana, dos quais 60% utilizou arma de fogo. Os que mais morreram estão na faixa dos 20 aos 34 anos e são negros (pretos e pardos). Ao ver esses dados, o que fazer para tornar o Estado um local mais seguro?
IMPEDIR ALTA COMPLEXIDADE
Para o secretário de segurança pública, Rubens Pereira, é preciso fortalecer a rede, apostando em um projeto chamado “Políticas de Gestão de Risco”. Pioneiro no país, ele busca reduzir as mortes violentas de forma a conhecer todos os sujeitos responsáveis por alimentar o mundo do crime. Atualmente, os casos no Piauí ainda são de baixa complexidade.
Secretário Rubens Pereira fala sobre combater a violência (Foto: Ricardo Morais/OitoMeia)
“Um assaltante não nasce criminoso. Ele entra nesse mundo por algum motivo e é preciso conhecer quem e como eles são”, disse o gestor
Por que ele está preso, por que ele entrou na delegacia? São questionamentos a serem respondidos e contabilizados através desse projeto. E quando Rubens diz “eles”, o secretário explica que são os perfis, incluindo onde moram, como vivem, porque realizam determinadas ações. Conhecendo esse cenário, é possível notar políticas públicas que possam dar assistência a essa demanda.
“Quando nós queremos diminuir o analfabetismo, a gente constrói mais escolas, contrata mais professores, convoca mais alunos. Na saúde, quando a gente quer diminuir doenças, eles fazem vacinas e controle. E na segurança pública? nós temos isso para impedir o ódio, o medo, a raiva. Então, é preciso trabalhar com as comunidades, com o ser humano em sua subjetividade. Queremos saber quem são essas pessoas, como vivem, onde estão inseridas. Ninguém nasce profissional do crime, em crimes de alta complexidade. Ele comete um furto, depois um roubo, depois um homicídio, depois um outro crime mais grave…. Precisamos criar políticas para esse grupo. Reabilitá-lo e impedir que cometa outros crimes. Esse projeto vai nos dizer isso tudo e seus resultados vão envolver outras secretarias”, explicou.
Para o secretário, não adianta construir mais delegacias, comprar mais armas, “é preciso de uma grande rede e construir projetos de vidas”, continuou.
“Não é porque reduzimos esses indicatores no momento, que exista motivo para comemorar. É preciso enfrentar [esses dados]. Queremos que nenhuma mulher seja vítima de femicídio, por exemplo. A violência existe, mas queremos descer a níveis toleráveis, que o morador possa sair de sua casa sem ser assaltado”, finalizou.Delegada Eugênia Villa (Foto: Ricardo Morais/OitoMeia)
“NÃO HÁ COMO MUDAR A REALIDADE DOS CADÁVERES”
Presente no encontro, a delegada Eugênia Villa destacou a importância da aposta do Governo.
“A gente não comemora [esses índices], mas é um caminho. Precisamos trabalhar mais”, disse.
O maior desafio, segundo ela, é tornar o projeto realidade. “Que negócio é esse? esses índices são crimes. Algo maior do que isso, é o risco. Ele é a prática do crime mais todas as forças que o envolve, incluindo o social, o econômico e etc. Nós estabelecemos categorias de risco, entre alto, médio e baixo. Isso vai impulsionar a política penitenciária e o poder judiciário. O secretário vai entregar à Justiça o seguinte: há tantas x pessoas de alto risco, como elas devem ser julgadas? aí vamos conversar outra linguagem”, concluiu a delegada.
FONTE - PORTAL OITO E MEIA




 



 

 


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