BOLSONARO TEVE PARALISIA DO INTESTINO POR EXCESSO DE AR, MAS QUADRO É NORMAL.
O presidente Jair
Bolsonaro apresentou dificuldades nesta terça-feira, 10, para eliminar gases e,
por isso, a equipe médica introduziu uma sonda nasogástrica para retirar o
excesso de ar do intestino do presidente, afirmou o médico responsável pela cirurgia
de Bolsonaro, Antônio Macedo, na manhã desta quarta-feira, 11. "Fizemos um
raio-x do abdômen e ele apresentou distensão do estômago e do intestino grosso,
que estava cheio de ar", disse Macedo, no Hospital Vila Nova Star, em São
Paulo, onde o presidente se recupera de uma cirurgia realizada no Domingo (8)
para correção de uma hérnia incisional.
O boletim médico de Bolsonaro, também divulgado na manhã desta
quarta, informou ainda que o presidente passou a ser alimentado diretamente na
veia. Até esta terça-feira, Bolsonaro mantinha uma dieta líquida, à base de
água, gelatina, chá e caldo ralo.
O médico afirmou que o
presidente não tem quadro infeccioso e que a "paralisação" do
intestino, conhecido como íleo paralítico, é normal em cirurgias de grande
porte. "Em cirurgias como essa, você é obrigado a manipular o intestino. A
resposta natural do intestino a qualquer agressão é a paralisia",
explicou.
"Quando o intestino é aberto, chega uma hora em que ele
engole muito ar e não consegue soltar. Aí você consegue tirar o ar pela
sonda", disse o médico. De acordo com Macedo, Bolsonaro apresentou o mesmo
quadro em cirurgias anteriores, em 12 de setembro de 2018 e em 28 de janeiro de
2019. Ele disse ainda que hoje o presidente já evacuou e eliminou gases,
"o que é um bom sinal."
"Nós não colocamos a sonda nos dois primeiros dias porque é
algo muito agressivo", afirmou Macedo. De acordo com o médico, não há
previsão para retirar a sonda nasogástrica e nem para que o presidente volte a
se alimentar por via oral. De acordo com o médico, os exames laboratoriais de
Bolsonaro estão estáveis. "As partes de circulação e de cardiologia estão
ótimas", disse Macedo.
O médico afirmou, ainda, que o presidente tem falado o mínimo
possível. "Até com a gente (equipe médica) ele fala baixinho, para não
engolir ar".
Retorno
Na terça-feira, o porta-voz da Presidência da República, Otávio
do Rêgo Barros, disse que Bolsonaro teria condições de comandar o País na
quinta-feira, 12, mesmo de dentro do hospital. Segundo a assessoria do Palácio
do Planalto, essa decisão ainda será tomada. Desde domingo, e pelo menos até
quinta-feira, o presidente em exercício é o general Hamilton Mourão.
Fonte: Estadão Conteúdo
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