EM UM MÊS CERCA DE 6 MIL FAMÍLIAS DO PIAUÍ PERDEM BOLSA FAMÍLIA.
Cerca de seis mil
famílias deixaram de integrar o Programa Bolsa Família no
Piauí no intervalo de um mês. O dado foi repassado pelo coordenador
Estadual do programa, Roberto Oliveira. Em agosto, 450 mil famílias
estavam regularmente cadastradas no programa, já em setembro esse número caiu
para 444.648 famílias.
Os
dados a nível estadual são revelados um dia depois da Folha de São Paulo
divulgar em reportagem na qual informou que o Bolsa Família voltou a ter fila
de espera para quem deseja entrar no programa. A última vez em que isso
aconteceu foi em 2017.
De
acordo com Roberto Oliveira, o governo federal congelou o
equivalente a R$ 1 bilhão em recursos destinados ao Bolsa Família. “A equipe
econômica do Governo Federal manteve pra 2020 o mesmo orçamento de 2019. Isso
gera um déficit de investimento porque o valor se torna insuficiente, quando se
observa cálculo de inflação que, segundo o Ipea, deve terminar em 4,5%”,
informou.
Ele
acrescenta que o Bolsa Família já vinha operando em todo o Brasil no limite de orçamento
previsto para 2019. A nível nacional, foram gastos com o programa R$ 20,9
bilhões, uma média de R$ 2,6 bilhões por mês. A reserva de R$ 29,5 bilhões para
que o Bolsa Família continue funcionando até o fim do ano pode não ser
suficiente e a situação fica ainda mais delicada com o contingenciamento de
quase R$ 1 bilhão para as atividades do programa.
Roberto Oliveira é coordenador
estadual do Programa Bolsa Família – Foto: Assis Fernandes/O Dia
A
nível estadual, a redução dos investimentos no programa
assistencialista já é perceptível. De acordo com os número da coordenação
piauiense, o montante aplicado no Bolsa Família caiu de cerca de R$ 95 milhões
em agosto para R$ 93,8 milhões em setembro. A redução foi de aproximadamente R$
1,2 milhões de um mês para o outro.
Esse congelamento
das verbas acaba por contingenciar os recursos e dificultar, ou até mesmo
impedir, a entrada de novas famílias no programa social que transfere renda
para pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza.
Foto: Jailson Soares/O Dia
Roberto
Oliveira explica que a norma do programa é de que, à medida em que as famílias
saem da linha de pobreza e passam a não depender mais do benefício, outras
famílias são incluídas no lugar. No entanto, com o contingenciamento do
recurso, não está havendo reposição, o que acaba por gerar uma lista de espera.
“Tem
gente que acha que o dinheiro no Bolsa Família é gasto, mas não é. Pra se ter
uma ideia, o programa injeta por ano na economia do estado R$ 1,15 bilhões e o
Governo arrecada em cima disso. Estamos falando de recursos que são também
destinados para Prefeituras e Estados trabalharem junto às famílias no combate
à evasão escolar, no acompanhamento vacinal e afins. E as pesquisas
apontam que quando você investe R$ 1,00 no Bolsa Família, o estado brasileiro
ganha R$ 1,78 em arrecadação “, explica Roberto.
Fonte:
Portal O Dia
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