LÍDERES MARCAM REUNIÃO PARA ARTICULAR RESPOSTA A VÍDEO DISPARADO POR BOLSONARO.
Foto: Marcos Correa/PR
FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO
Líderes na Câmara dos
Deputados organizam uma reunião, na próxima terça-feira, 2, às 10 horas, para
articular um posicionamento sobre o vídeo compartilhado pelo presidente da
República, Jair Bolsonaro. O objetivo do encontro é chegar a uma "resposta
institucional dura" sobre a convocação feita por Bolsonaro para ato em sua
defesa e contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) no dia
15 de março.
"Isso não é um problema da oposição, é um problema de todos
que defendem a democracia. Estamos chamando todos os partidos da Casa, muito
além da oposição", informou a líder da minoria, Jandira Feghali
(PCdoB-RJ).
Segundo a deputada, as lideranças da Casa se articulam para
realizar um "debate amplo" que conte com a presença de representantes
de entidades civis que se posicionaram sobre o assunto, como a Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) e centrais sindicais.
A líder da minoria disse ainda que o presidente Rodrigo Maia
(DEM-RJ) "tem todo o conhecimento" sobre a reunião e que a ideia
inicial dos parlamentares envolvidos era que ele próprio convocasse o encontro.
"Gostaríamos que ele (Maia) e Davi Alcolumbre (presidente do Senado)
estivessem na reunião", afirmou.
Impeachment
O debate de terça também selará as conversas sobre o
direcionamento para um possível pedido de impeachment de Bolsonaro, que ainda
não é considerado de forma séria pelos parlamentares, segundo Jandira.
Em evento em Madri, nesta quinta-feira, Maia chegou a comentar
que o PT e o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) têm o direito de apresentar
pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro, se decidirem por tal. "O que
eu posso fazer? É um direito deles", disse Maia.
A bancada petista ainda não tem uma posição sobre o tema. O
líder do partido na Câmara, deputado Enio Verri (PT-PR), informou que o grupo
se reúne na segunda-feira, à tarde, para discutir uma resposta à atitude do
presidente. "Nossa bancada é muito grande, são 54 parlamentares. É claro
que tem deputados que defendem que a bancada oriente pelo pedido de
impeachment. Mas isso ainda não está no radar do partido e nem da
liderança", explicou.
Para o deputado, um pedido do tipo "não se faz por
fazer" e para tal seria preciso ter "base social e amplo apoio
político". "Hoje não temos nada que oriente nessa direção",
destacou.
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