PETROBRAS CORTA PREÇO DA GASOLINA EM 15%; DIESEL NÃO TERÁ AJUSTE
É o
oitavo corte no preço da gasolina em 2020, o terceiro em um período de doze
dias
NICOLA
PAMPLONA - RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
A
Petrobras anunciou nesta terça (24) novo corte no preço da gasolina, em
resposta à redução das cotações internacionais do petróleo em meio à pandemia
do novo coronavírus. Desta vez, a queda será de 15%. O preço do diesel não será
alterado.
É
o oitavo corte no preço da gasolina em 2020 -o terceiro em um período de doze
dias. No ano, o preço de venda do combustível nas refinarias da estatal acumula
queda de 40%. O diesel, que teve sete cortes, já caiu 29%.
Com
a decisão anunciada nesta terça, o preço médio de venda nas refinarias da
estatal passará a R$ 1,1458 por litro, o menor valor desde outubro de 2011, de
acordo com levantamento feito pelo CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).
Desde
a semana passada, diante das perspectivas de redução da demanda com as medidas
de isolamento social para enfrentar a pandemia, o petróleo Brent, referência
global negociada em Londres, vem sendo negociado em níveis do início dos anos
2000.
O
repasse às bombas depende de estratégias comerciais de postos e distribuidoras
e de políticas tributárias dos estados. Segundo a Petrobras, o preço de
refinaria representa 27% do valor de venda da gasolina nos postos.
O
resto são margens de lucro e impostos federais e estaduais. O ICMS, cobrado
pelos estados, representa 30% do preço final e é revisto uma vez a cada 15
dias, retardando o repasse ao consumidor dos reajustes nas refinarias.
De
acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis),
o preço médio da gasolina nos postos brasileiros caiu apenas 1,5% desde o
início do ano -de R$ 4,555 na última semana de dezembro para R$ 4,486 por litro
na semana passada. Com cara tributária menor, o diesel vem caindo mais nas
bombas. Entre o fim de 2019 e a semana passada o preço médio do combustível nos
postos passou de R$ 3,751 para R$ 3,586 por litro, redução acumulada de 4,4%.
Na
segunda (23), a Fecombustíveis (Federação do Comércio Varejista de Combustíveis
e Lubrificantes) disse à reportagem que os postos já vêm sentido queda no
consumo após o início das medidas de isolamento social em alguns estados
brasileiros. Em São Paulo, por exemplo, as vendas na quinta (19), foram 39%
menores do que a média histórica para a cidade.
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