GRUPO FAZ 'CARREATA PELO TRABALHO' PELAS RUAS DE TERESINA E PEDE RETORNO DE SERVIÇOS
Serviços não essenciais estão com funcionamento suspenso por
decretos estaduais e municipais, em Teresina e diversas cidades piauiense,
devido ao risco de contaminação pelo novo coronavírus.
Carreata em Teresina pede retorno ao trabalho de
forma gradual. — Foto: Marcelo Guillay/Arquivo Pessoal
Um grupo de manifestantes realizou uma carreata na
tarde deste domingo (19) pelas ruas de Teresina. Dezenas de veículos partiram
da Zona Leste da capital com carros de som e bandeiras do Brasil, chegando até
o Centro da cidade. O grupo diz ser contra a fome e o desemprego e diz que
"precisa trabalhar", em referência aos decretos de isolamento social
devido ao risco de contaminação pelo novo coronavírus.
Marcelo Guillay,
empresário e um dos organizadores do ato, informou ao G1 que o grupo defende
o isolamento vertical - com pessoas infectadas e de grupos de risco se mantendo
em casa - e as demais voltando ao trabalho com os "devidos cuidados que
têm que ser tomados".
"Milhões de pessoas estão se prejudicando, várias famílias passando
fome. Quantas pessoas morrem assassinadas por dia em Teresina e no Piauí? O
prefeito pode sugerir o isolamento, mas não pode obrigar, é o direito de ir e
vir", declarou.
Usando carros de
som, eles pediram a liberação do funcionamento de setores do comércio no estado
do Piauí e criticaram o valor do auxílio emergencial, R$ 600, fornecido pelo governo federal a
autônomos que tiveram sua situação financeira afetada pela crise do novo
coronavírus.
Manifestação pede fim do
isolamento social total em Teresina. — Foto: Marcelo Guillay/Arquivo pessoal
"Tem os R$ 600, mas o cidadão não
precisa só disso, precisa trabalhar. R$ 600 não dá nem para pagar o aluguel de
uma quitinete. Queremos trabalhar, mas com responsabilidade, consciência",
disse um dos participantes da manifestação.
O protesto teve início às 16h30 e
encerrou por volta de 18h30.
Autoridades já haviam se pronunciado
O prefeito de
Teresina, Firmino Filho (PSDB), já declarou que teme que uma flexibilização do
funcionamento do comércio e o descumprimento do isolamento social acabem
causando um grande aumento no número de infectados pelo novo coronavírus,
sobrecarregando o sistema de saúde e dificultando o atendimento das pessoas. Em live com o governador Wellington Dias, ele afirmou que "o
que for ruim para a saúde, é ruim para a economia".
Além disso, uma pesquisa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que Teresina atende pacientes de 300 cidades, em casos de alta
complexidade. O prefeito declarou que teve que a cidade não tenha como atender
bem quem precisar dos serviços.
Isolamento social e decretos de calamidade
Para evitar a
contaminação pelo vírus, o isolamento social e medidas emergenciais foram
determinadas por meio de decretos do governo do estado e das prefeituras, como na capital piauiense, para que a população
fique em casa e evite ao máximo ir às ruas.
Policiais fazem abordagens nas fronteiras do estado a ônibus e veículos
particulares. Escolas, universidades e a maior parte do comércio,
assim como serviços públicos, suspenderam as atividades. Os decretos preveem
que quem descumprir as regras pode ser penalizado com multa ou até prisão.
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