MORADORES ATEIAM FOGO EM ALOJAMENTO DE CONTAMINADOS PELA COVID.
meio norte
Moradores
do povoado de Angico, na cidade de Campo Alegre de Lourdes, divisa da Bahia com
Piauí, atearam fogo em um galpão montado pela construtora Andrade Gutierrez
para abrigar funcionários contaminados pelo novo coronavírus.
Eles
fazem parte dos 34 trabalhadores que foram impedidos do ficar em quarentena em
hotel de São Raimundo Nonato, no sudoeste do Piauí, pela barreira
sanitária montada no município.
Os 34
trabalhadores chegaram na noite de quarta-feira em São Raimundo Nonato e
os policiais militares chegaram a ficar afastados do veículo com medo de
contaminação pelo Covid-19.
A
Andrade Gutierrez informou que tinha alugado um hotel em São Raimundo Nonato
para garantir a quarentena dos trabalhadores contaminados pela doença.
Barrados
no Piauí, os 34 trabalhadores infectados pelo coronavírus foram transferidos
para os municípios de Campo Alegre de Lourdes e Barreiras, na Bahia.
Segundo
a construtora, os moradores do local chegaram a usar armas para ameaçar os
trabalhadores e, de acordo com a Polícia Civil da Bahia, foram contidos pela
Polícia Militar.
O
incêndio aconteceu na manhã de sexta-feira (28). Um inquérito foi instaurado
para investigar o incidente.
Nenhum
trabalhador ficou ferido.
As
obras de linhas de transmissão do consórcio Linhão BA-PI, realizadas nos
municípios de Buritirama (BA), Campo Alegre de Lourdes (BA), Pilão Arcado (BA),
Dirceu Arcoverde Dom Inocêncio e Lagoa do Barro , do Piauí,
foram paralisadas temporariamente desde sexta-feira (29). A suspensão foi
anunciada pela Andrade Gutierrez, à frente do consórcio, e terá, inicialmente,
duração de 15 dias, com desmobilização dos funcionários por 30 dias.A decisão
foi tomada depois que 34 profissionais que atuavam no distrito de Nova Holanda,
em Pilão Arcado, foram diagnosticados com Covid-19. A empresa tentou isolar os
trabalhadores em um hotel alugado na cidade de São Raimundo Nonato, no Piauí;
no entanto, a Polícia Militar barrou a entrada dos funcionários infectados e
fez a escolta do grupo de volta ao território baiano.
Diante disso, alguns profissionais do
consórcio foram transferidos para isolamento em outras cidades. Por conta
disso, moradores de Campo Alegre de Lourdes tentaram impedir que os
trabalhadores tivessem acesso ao alojamento da empresa. A situação foi
normalizada após negociação.
Em nota, a Andrade Gutierrez informou que
a paralisação aconteceu “diante da preocupação popular demonstrada em regiões
contempladas pelas obras de linhas de transmissão”. A empresa acrescenta que a
medida “também foi tomada visando a integridade física dos colaboradores, uma
vez que populares usaram de violência nos últimos protestos, inclusive com uso
de armas”. O consórcio garante que tem aprovação das autoridades de saúde para
funcionamento e também respaldo legal.
Em trecho do comunicado, a empresa explica
que todos os trabalhadores que testaram “negativo para a doença serão
acompanhados pelo consórcio para suas cidades de origem e estão sendo
orientados a cumprirem isolamento em suas residências, de forma preventiva”. Já
os funcionários que apresentaram diagnóstico positivo para a Covid-19 vão
seguir cumprindo quarentena nos alojamentos do consórcio, informou a empresa.
A Andrade Gutierrez garante que “o
isolamento não coloca em risco a população local, uma vez que as instalações
têm amplo espaço e todos os cuidados estão sendo adotados”.
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