WELLINGTON É DR. PESSOA

APÓS COLECIONAR DEZENAS DE DERROTAS PELO INTERIOR, WELLINGTON DIAS ENTRA COM OS DOIS PÉS – E O GOVERNO TODO – NA DISPUTA PELA PREFEITURA DE TERESINA.

Teresina: Wellington revelou que ele e Pessoa estão juntos nestas eleições (fotos: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

Picos, Campo Maior, Altos, União, Oeiras, Parnaíba, Corrente, Uruçuí, Pedro II e Paes Landim. É ligeiro contar 10 municípios importantes onde candidatos do governador Wellington Dias (PT) perderam eleições em 2020. Mas foram muito mais. Dezenas e dezenas. Vendo sua influência diminuir no interior para 2022, o petista virou suas baterias para Teresina. 

Wellington tomou para si a campanha do Dr. Pessoa, do MDB.

O acordo já havia sido selado em 18 de agosto de 2020, no escritório da residência oficial. Às vésperas da eleição, o presidente da Assembleia Legislativa afirmou que "era oportuno o entendimento agora", como contou no dia o jornalista Elivaldo Barbosa, da Cidade Verde, na matéria que você pode ler aqui

Embora seja improvável, talvez Pessoa acreditasse que seria um apoio "por debaixo dos panos", mas o dito popular resume o momento: o pior cego é o que não quer ver.

Themístocles, Wellington, e Pessoa combinando as eleições de Teresina; o governador e o presidente da Alepi fizeram questão de divulgar a armação antes da campanha (foto: Jorge Bastos | Governo do Estado)

Então, na última terça-feira (17), o governador do Piauí anunciou que está dentro da campanha de Pessoa e quer seus aliados todos lá, junto com ele. A essa altura, o próprio Dr. Pessoa -- que já não mandava na campanha, coordenada pelo deputado Themístocles Filho e o ex-ministro João Henrique Souza – já perdeu o controle de qualquer aspecto da disputa. Vai ter que dançar conforme a música tocada por quem já manda no Karnak e na Alepi.

Wellington Dias chegou a dizer que esse apoio era natural, já que Pessoa é de um partido de seu governo. Mas será que os eleitores de Pessoa acham mesmo isso natural?

O governador inclusive atropelou o candidato do próprio partido, Fábio Novo, que ainda não tinha sentado para conversar com Pessoa. Aliás, se apressou porque Novo teve mais votos que o PT, afinal foram 15 mil votos a mais entregues a ele do que os nominados aos vereadores petistas. E Wellington simplesmente não tolera lideranças novas por perto.


Wellington Dias e Themístocles Filho: eles agora são os donos do passe do Doutor Pessoa (foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

A presença de Wellington Dias na chapa é tão intoxicante para o discurso e para a imagem de Pessoa, que seu vice se viu obrigado a ir às redes sociais para fazer contorcionismo político. Robert até que tentou flexibilizar a moral da chapa para encaixar o constrangimento de estar ao lado de Wellington Dias em seu discurso. Mas até ele sabe: onde estão Wellington Dias e Themístocles, são eles quem mandam. O esperneio não cola.

O descontrole e a esculhambação do Governo do Estado não é o que se pode chamar de exemplo a ser seguido. E quando Wellington Dias convoca sua base governista acostumada com as tetas de sua gestão, será que o Dr. Pessoa acredita que o apoio é de graça? Claro que não. Ele sabe que não, afinal, ele mesmo foi deputado e conviveu com esse povo todo.

Quando Wellington Dias -- sem avisar ninguém -- faz questão de divulgar sua entrada na campanha, a movimentação política é em seu favor, ainda que desgaste Pessoa. É uma prova pública para ser alegada adiante, um registro de que o petista teria sido decisivo em uma possível vitória de Pessoa e uma maneira de amarrá-lo ao seu lado para 2022.

É uma irreversível contaminação da chapa. E também de uma prefeitura comandada por Pessoa pelo MDB governista de Wellington.



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