JARDINS DE INFÂNCIA, PRÉDIOS RESIDENCIAIS E ATÉ AMBULÂNCIAS SÃO ALVOS DOS RUSSOS.
Forças russas entraram neste domingo (27) em Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia

Forças russas entraram neste domingo (27) na segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, e iniciaram uma batalha nas suas ruas após uma noite de intensos combates. Em Kiev, a pressão continua com bombardeios, mas não há sinais de uma ofensiva total contra o centro da capital.
O quarto dia da campanha de Vladimir Putin contra a Ucrânia também registra uma movimentação diplomática, após o Ocidente ter elevado o grau de punição a Moscou ao anunciar o início da desconexão de alguns bancos russos do sistema internacional de transferências financeiras.
Já são mais de 198 civis mortos na invasão da Ucrânia pelos russosNo fim da manhã (madrugada no Brasil), o Kremlin anunciou que uma delegação havia sido enviada para Gomel, cidade na Belarus a 40 km da fronteira ucraniana. "Estaremos prontos para começar negociações", disse o porta-voz de Putin, Dmitri Peskov.
Por enquanto, o governo de Volodimir Zelenski rejeita a iniciativa, presumivelmente porque o que Moscou quer é uma rendição. Em um pronunciamento, o presidente disse que seria possível conversar em Belarus se os russos não tivessem usado a ditadura aliada como uma das bases para seu ataque - justamente contra Kiev, a menos de 200 km da fronteira sul belarussa.

Putin, por sua vez, apareceu rapidamente pela primeira vez em dois dias, em um pronunciamento televisivo sobre o Dia das Forças Especiais. "Eu presto especial tributo àqueles que estão desempenhando heroicamente seus deveres militares durante a operação especial para assistir as repúblicas populares do Donbass", afirmou.


Incêndio matou 31 pessoas em Odessa, na UcrâniaAí entra a eventual queda de Kharkiv,. Já na noite de sábado houve movimento grande de blindados, tanques e obuseiros autotransportados pela fronteira na região de Belgorod, prenunciando um cerco e invasão. Um gasoduto na região foi explodido, mas não há ainda uma avaliação do impacto do ataque.


Nas áreas separatistas, os ucranianos mantém sua campanha de bombardeios. Nesta noite, atingiram outro depósito de combustível, na cidade de Rovenki. A TV russa também mostrou imagem de vários danos em áreas residenciais da localidade, embora não haja notícia de vítimas.
Faz parte da guerra de propaganda, claro, mas sofrimento civil, ainda que manipulável, é sofrimento. Do lado ucraniano, além do trauma dos dias sob fogo e um número ainda incerto, na casa das centenas, de mortos, há a questão dos refugiados. Segundo a ONU, já são 150 mil pessoas que saíram do país, a maioria para a Polônia.

Na capital, a madrugada foi de ataques em torno da cidade. Um grande depósito de petróleo de uma base aérea de Vasilkiv, a sudeste de Kiev, foi atingindo, pintando o céu noturno de laranja à distância.
"A noite foi brutal. Hoje, não há uma única coisa no país que os ocupantes não consideram um alvo aceitável. Eles lutam contra jardins de infância, prédios residenciais, até ambulâncias", disse Zelenski, em um vídeo no Instagram.

Um toque de recolher está em vigor na capital, cuja defesa de áreas centrais parece entregue a milícias e civis, que receberam ao menos 18 mil fuzis, liberando militares para a linha de frente.

Um primeiro ataque russo ao centro de Kiev na madrugada deste sábado (26) foi repelido
Foto: Sergei Supinskay/AFP/JC


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