A PRAÇA VIBRAVA, AS PESSOAS CANTAVAM E REZAVAM, RELATA PADRE DO PIAUÍ QUE ASSISTIU AO ANÚNCIO DO PAPA.
Foto: Acervo pessoal
O padre teresinense Isaías Pereira da Silva acompanhou de perto, na Praça São Pedro, no Vaticano, a eleição do novo papa da Igreja Católica. O momento histórico marcou o fim do conclave que sucedeu a morte de Francisco, e resultou na escolha do norte-americano Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV.
Em entrevista ao Cidadeverde.com, o sacerdote, que atualmente reside em Roma para cursar mestrado em Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, compartilhou como foi a experiência de viver a escolha do novo pontífice no coração da Igreja Católica.
“Nós íamos para a Praça de São Pedro todos os momentos. A gente queria ver a fumaça preta saindo da chaminé, a gente queria ver as pessoas na praça. Nós queríamos esperar juntos, queríamos nos cansar de esperar pelo papa, passar o dia todo na praça, sentir o frio que sentiu, a fome que sentiu na praça. Mas o sentimento que a gente teve hoje, no momento em que saiu aquela fumaça branca da Capela Sistina, era uma esperança viva. Quando saiu a fumaça, era uma esperança que contagiou a praça. A praça pulava, a praça vibrava, as pessoas cantavam, as pessoas rezavam canções à Nossa Senhora, rezavam canções a Jesus, as pessoas se abraçavam”, contou.
Padre Isaías chegou a Roma no início de 2023. Desde então, vive no Colégio Pio Brasileiro, onde também estavam hospedados seis dos sete cardeais brasileiros que participaram do conclave. Ele conta que a convivência próxima com os eleitores fortaleceu a expectativa por um novo papa acolhedor e próximo do povo.
“Na convivência com os cardeais, a gente pôde perceber fraternidade entre eles, um clima de amizade. Aquilo foi gerando na gente uma boa expectativa para o conclave”, disse.
O momento mais marcante, para ele, veio com as primeiras palavras do Papa Leão XIV.
“Suas primeiras palavras foram palavras de paz. A emoção tomou conta da gente, me emocionei profundamente. Quando ele falou que o Papa Francisco tinha feito uma bênção no Domingo de Páscoa, e que ele ia continuar aquela bênção. Essa é a beleza da Igreja: é uma bênção que não se encerra, é uma bênção que permanece. A Igreja não morre com o papa. A Igreja continua. O mesmo Pedro que foi escolhido por Jesus Cristo, é o mesmo Pedro que estava em Francisco, agora está em Leão XIV”, afirmou.
O padre falou ainda sobre a morte de Francisco e as expectativas para o novo pontificado.
“O Papa Francisco muito querido, muito próximo das pessoas. Então, a morte dele trouxe um sentimento de orfandade. Era como se a gente estivesse sem um pai. E a nossa expectativa agora é que nós tenhamos um papa bom, próximo de um povo, que busque a paz na igreja e a paz entre os povos. Um papa que busque encerrar as divisões que existem entre nós”, concluiu.
Foto: Acervo pessoal
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