CORRIDA POR DUAS VAGAS TRANSFORMA ELEIÇÃO PARA O SENADO EM PRINCIPAL EMBATE POLÍTICO PARA 2026.

Com combinações ainda sujeitas a alterações e eventuais reposicionamentos partidários, o quadro segue em movimento

A eleição para o Senado em 2026 deve alterar significativamente o equilíbrio político no Piauí. Com duas vagas em disputa, os movimentos antecipados de partidos e lideranças revelam uma disputa que vai muito além do calendário eleitoral. As projeções de composição de chapas, a atuação dos grupos tradicionais e a entrada de novos atores sinalizam que o pleito será marcado por cálculo estratégico, reorganização de forças e um forte componente nacional.

Disputa pelo Senado no Piauí em 2026 tem nomes praticamente definidosDisputa pelo Senado no Piauí em 2026 tem nomes praticamente definidos

Marcelo Castro

O primeiro eixo da disputa passa pelo grupo governista, que trabalha para preservar o atual campo de alianças. O senador Marcelo Castro, do MDB, é considerado o principal nome da chapa. Sua posição no Senado e sua trajetória de décadas, que inclui passagem pelo Ministério da Saúde e articulação legislativa contínua, consolidam sua presença.

O apoio direto do presidente Lula e do governador Rafael Fonteles reforça essa centralidade. Nas pesquisas internas conduzidas pelo Palácio de Karnak, Castro aparece na liderança de cenários diversos, o que fortalece a avaliação de que sua recondução é tratada como prioridade do governo estadual.

Senador Marcelo Castro (MDB). Foto: TV Lupa1Senador Marcelo Castro (MDB). Foto: TV Lupa1

Júlio César

A indicação de Júlio César, do PSD, como segundo nome governista revela a estratégia de manter coeso o bloco formado por MDB, PT e PSD, que domina o campo institucional no estado.

Com mais de trinta anos de atuação como deputado federal, Júlio César tem trânsito nacional e é reconhecido pela capacidade de articular recursos e emendas, algo que garante capital político em praticamente todos os municípios piauienses. Sua presença na chapa atende a uma lógica de equilíbrio interno: os partidos aliados mantêm espaço no arranjo estadual, enquanto o governo fortalece sua base para enfrentar o avanço da oposição.

Deputado federal Júlio César - Foto: Lupa1Deputado federal Júlio César - Foto: Lupa1

Ciro Nogueira

Na oposição, o senador Ciro Nogueira concentra o comando das articulações. Como presidente nacional do Progressistas e figura de peso no cenário político nacional, Ciro tem influência que extrapola o Piauí. Ele tem construído sua estratégia de permanência no Senado ao lado da ex-deputada e pré-candidata a governadora Margarete Coelho e do ex-prefeito de Floriano, Joel Rodrigues, que poderá ocupar a primeira suplência.

Essa formação busca unificar o campo oposicionista e apresentar competitividade diante da força governista. Além disso, Ciro atua na tentativa de estruturar um palanque nacional competitivo, alinhado às forças bolsonaristas, o que amplifica sua relevância dentro e fora do estado.

Ciro Nogueira cumpre agenda e realiza entrega de veículos em Teresina - Foto: TV Lupa1Ciro Nogueira cumpre agenda e realiza entrega de veículos em Teresina - Foto: TV Lupa1

Tiago Junqueira

A entrada de Tiago Junqueira, do PL, insere um novo componente na disputa. Empresário do agronegócio e proprietário da Fazenda Chapada Grande, Junqueira ganhou projeção política ao assumir a presidência estadual do PL em 2025.

Seu lançamento como pré-candidato por Jair Bolsonaro e por Ciro Nogueira o posiciona como aposta para ampliar a presença bolsonarista no Piauí. A movimentação do PL, porém, ainda depende da capacidade de Junqueira de consolidar base e se tornar competitivo em um campo historicamente dominado por figuras tradicionais.

Tiago Junqueira, presidente do PL no Piauí, defende Bolsonaro em vídeo - Foto: Reprodução InstagramTiago Junqueira- Foto: Reprodução Instagram

João Vicente Claudino

Enquanto isso, João Vicente Claudino, também no Progressistas, busca reassumir protagonismo. Ex-senador e empresário, voltou ao cenário político ao se filiar ao PP e é cotado para compor a chapa oposicionista. Sua presença representa uma tentativa de reaproximação com setores que, embora não estejam diretamente vinculados ao discurso bolsonarista, mantêm influência econômica e política no estado.

João Vicente dispõe de histórico eleitoral relevante e de capital empresarial que o mantêm como opção real dentro do bloco de oposição.

Ex-senador João Vicente Claudino - Foto: Lupa1Ex-senador João Vicente Claudino - Foto: Lupa1

Esperar pra ver

A disputa de 2026 tende a ser marcada por uma combinação de continuidade e reconfiguração. O governo aposta na força da máquina estadual e em uma chapa consolidada por figuras experientes. Já a oposição busca reorganizar seu espaço com lideranças tradicionais e novas apostas, tentando reduzir a vantagem do campo governista.

A presença de dois nomes competitivos na base de Rafael Fonteles e a tentativa da oposição de dividir esse eleitorado transformam a corrida para o Senado em um dos pontos centrais da disputa política no Piauí nos próximos meses.

Com combinações ainda sujeitas a alterações e a entrada de novos fatores, como alianças nacionais e eventuais reposicionamentos partidários, o quadro segue em movimento. O que já se observa, porém, é que a eleição para o Senado será determinante para o redesenho das forças políticas locais e para o posicionamento do Piauí dentro da estrutura de poder nacional a partir de 2027.

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