TEREZA CRISTINA SERÁ MINISTRA DA AGRICULTURA
A deputada Tereza Cristina
(DEM-MS) foi anunciada na tarde desta quarta-feira (7) como a ministra da
Agricultura do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Nome
defendido pela bancada ruralista, a parlamentar é presidente da FPA (Frente
Parlamentar da Agropecuária) e, segundo aliados, terá a prerrogativa de dar o
aval para o titular da pasta do Meio Ambiente.
O grupo ligado ao agronegócio
declarou apoio a Bolsonaro antes do primeiro turno das eleições.
A escolha de Tereza Cristina
foi anunciada pelo deputado Alceu Moreira (MDB-RS), vice-presidente da FPA,
após reunião no gabinete de transição, que funciona no CCBB (Centro Cultural
Banco do Brasil), em Brasília. Segundo Moreira, Bolsonaro garantiu que a futura
ministra Tereza Cristina homologará ou não a indicação para comandar o Meio
Ambiente.
"A fusão [do Meio Ambiente
com a Agricultura] não haverá", afirmou Moreira. "Ele [Bolsonaro] não
disse que indicaríamos o nome do novo ministro do Meio Ambiente, mas disse que
homologaríamos esse nome."
A junção das pastas de
Agricultura e Meio Ambiente era uma promessa de campanha de Bolsonaro. O
presidente eleito, porém, já recuou em relação ao tema e, após pressão de ambientalistas
e aliados do agronegócio, indicou que manteria os ministérios separados.
O deputado Alceu Moreira
(MDB-RS), vice-presidente da FPA, afirmou que Bolsonaro garantiu que Tereza
Cristina dará o aval para o nome que for escolhido para o Meio Ambiente.
A nomeação foi confirmada pela
assessoria de imprensa do futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Em seguida, o presidente eleito
fez o anúncio por meio do Twitter.
"Boa noite! Informo a
todos a indicação da senhora Tereza Cristina da Costa Dias, Presidente da
Frente Parlamentar da Agropecuária, ao posto de Ministra da Agricultura",
escreveu Bolsonaro.
O presidente eleito havia dito,
em 31 de outubro, que anunciaria os nomes oficialmente em sua rede
social.
"Anunciarei os nomes
oficialmente em minhas redes. Qualquer informação além é mera especulação
maldosa e sem credibilidade", escreveu.
A nomeação da primeira mulher
para compor o primeiro escalão do governo ocorre após críticas de que a equipe
de transição de Bolsonaro era composta apenas por homens, o que poderia
sinalizar o mesmo cenário na Esplanada a partir de 2019.
Na manhã desta quarta-feira,
Bolsonaro usou o Twitter para rebater essa avaliação.
"Não estou preocupado com
a cor, sexo ou sexualidade de quem está na minha equipe, mas com a missão de
fazer o Brasil crescer, combater o crime organizado e a corrupção, dentre
outras urgências", escreveu.
Tereza Cristina não tem a
simpatia de um importante aliado de Bolsonaro, o presidente da UDR (União
Democrática Ruralista), Luiz Antônio Nabhan Garcia. Ele também já tinha sido
cotado para o posto.
'MUSA
DO VENENO'
Em junho, a deputada ganhou o
apelido de "Musa do Veneno", durante comemoração da aprovação do
projeto que facilita o uso de agrotóxicos na comissão especial da Câmara.
Ela ganhou o epíteto, irônico,
dos colega das da bancada ruralista, pois a oposição chama o texto de "PL
do Veneno".
O texto aprovado pela comissão
especial -muito criticado por ambientalistas e entidades de saúde como a Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária)- cria um rito sumário para o
registro de agrotóxicos. Também prevê a mudança na nomenclatura do produto, que
passa a se chamar "pesticida".
Além disso, o Ministério da
Agricultura assume o processo de registro dos agrotóxicos. Ainda passa a
existir um prazo máximo para que novos produtos sejam analisados pelo governo.
Se isso não ocorrer em até dois anos, eles receberão um registro
provisório.
Segundo a bancada, as mudanças
modernizam as normas do setor. Eles dizem que a atual legislação de agrotóxicos
está defasada e impede que produtos mais modernos cheguem ao mercado.
Fonte:
Folhapress
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