SECRETÁRIO DE FAZENDA PREVÊ QUEDA DE 50% NA ARRECADAÇÃO E DEFENDE ISOLAMENTO SOCIAL.
VALMIR
MACÊDO
VALMIRMACEDO@CIDADEVERDE.COM
VALMIRMACEDO@CIDADEVERDE.COM
O secretário de Fazenda
do Piauí, Rafael Fonteles, apontou uma queda de até 50% na arrecadação própria
do Estado por reflexo da crise sanitária pela pandemia de Covid-19 e chegou a
comparar a recessão econômica que se aproxima com a crise de 1917 em decorrência
da gripe espanhola. A arrecadação do Estado é de cerca de R$ 400 milhões
mensais.
Em entrevista nesta segunda-feira (30) ao Notícia da Manhã, o
secretário defendeu o auxílio da União para a recuperação das finanças dos
estados e municípios que serão afetados, com os reflexos econômicos da crise
sanitária pelo novo coronavírus.
“A gente estima uma queda da ordem de 30 a 50 % na arrecadação
própria. Esses recursos para compensar as perdas de arrecadação para poder os
serviços públicos funcionarem também está na pauta dos governos estadual e
municipal”, informou o secretário.
Rafael Fonteles defende a permanência do isolamento social
também como ação de viés econômico.
“Até por razões econômicas, não só pelas razões sanitárias de
cuidado da saúde da população, esse lockdown, esse isolamento
social é importante ser continuado e ser seguido”, reforçou o secretário
apontando que, na última crise sanitária de dimensão internacional, as cidades
que foram isoladas foram as primeiras a se recuperar financeiramente.
“Já tem muitos estudos, inclusive um artigo publicado
recentemente por dois americanos que fazem parte do Banco Central de Nova York,
demonstrando, com base na crise de 1917, na gripe espanhola, que as cidades que
se recuperaram economicamente mais rápido foram aquelas que fizeram o
isolamento mais cedo e mais rigoroso”.
Fonteles defende que isolamento social continue assim como nos
Estados Unidos, que nos últimos dias prorrogou o recolhimento por mais 30
dias.
Segundo o secretário, ainda não foram destinados recursos da
União para os estados, mas que há previsão por parte do MInistério da Economia.
Ele assinala que a proposta do governo deve ser complementada e mais célere.
“O pacote que o governo federal anuncia tem que ser maior e mais
imediato”.
Foto: Clebson Lustosa
Sem limites
para medidas
O secretário de Fazenda defende que não haja limites nem
burocracias para investimentos no combate à epidemia como para a aquisição de
UTI, vacinas e profissionais da saúde.
Rafael Fonteles chegou a citar a medida do Supremo Tribunal
Federal (STF) que permite e não prevê impedimentos legais para a liberação de
recursos no combate ao vírus.
Intervenção do
estado
Ainda segundo Fonteles, o papel do governo é essencial para a
saída da crise, não só do ponto de vista da saúde, mas também do ponto de vista
financeiro.
“Não tem liberalismo nenhum que sobreviva num momento de uma
crise econômica no caso de uma guerra como essa no caso do vírus”, disse.
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