PESQUISADORES DO PIAUÍ VÃO INVESTIGAR O VENENO DA ABELHA PARA COMBATER A COVID-19
foto:
Magda Cruciol/Embrapa Meio-Norte
O
ferrão da abelha contém veneno e será transformado em medicamento para combater
as superbactérias, que estão mais resistentes devido o uso frequente de
antibióticos pelas pessoas durante a pandemia. Além disso, se os novos estudos
comprovarem, o veneno da abelha também será um importante instrumento de
batalha contra o novo coronavírus, diz a pesquisadora Rilkaelle Gomes,
mestranda em Biotecnologia.
Na última sexta-feira (26), a
apitoxina, nome dado ao veneno produzido pelas abelhas, foi recolhida para
teste de combate ao novo coronavírus. “Porém, nós estamos em fase de lapidação
do projeto. Estamos montando ele com muito cuidado. Por enquanto nós não
podemos afirmar a propriedade dela quando ao coronavírus porque ainda não se
tem nenhuma pesquisa em relação a isso”, acrescentada a mestranda.
“Na China, por conta dessa
pandemia, um grupo de apicultores resolveram testar e usaram o ferrão da abelha
em alguns apicultores. Posteriormente, colocaram eles em contato com pessoas
infectadas (pelo novo coronavírus). Eles acreditam que graças à apitoxina, ao
veneno da abelha, não foram infectados. Essa é a teoria que nós vamos tentar
comprovar no Piauí”.
Rilkaelle Gomes ressalta que o tratamento natural decorrente de
uma substância natural diminuirá os efeitos colaterais provocados pelos
medicamentos convencionais. Ela comenta que o projeto voltado para a
superbactéria já está pronto, aguardando apenas a liberação do laboratório para
teste in vidro.
“A apitoxina possui diversas propriedade terapêuticas. Dentre elas,
bactericidas. Nós vamos testar essa propriedade em bactéria super resistentes.
Nós estamos passando por uma era na qual as pessoas fazem o uso descontrolado
de antibióticos, e isso faz com que as bactérias criem uma maior resistência ao
meio. Então, nós vamos extrair a apitoxina e vamos testar nas superbactérias
que estão dizimando populações do mundo inteiro”, diz.
“Nós estamos em fase de teste, aguardando os laboratórios retornarem por
conta da pandemia (da Covid-19) para termos melhores resultados e repassar para
vocês. O processo deve durar 15 dias, depois que o laboratório estiver
liberado”.
Extração
Para fazer a extração da apitoxina, a pesquisadora destaca que “os
apicultores precisam estar todos paramentados (com equipamentos de proteção
individual). Eles colocam uma caixa coletora em cima da colméia. Essa caixa vai
transmitir pequenos choques nessas abelhas, porém não é nada agressivo ao ponto
de matá-las ou causar grande estresse”.
“No laboratório da Fazenda Nova nós fazemos a coleta da apitoxina de 22
a 22 dias, justamente para não causar danos nas abelhas. As caixas de vidros
que vão dentro da caixa coletora vão para uma estufa fria. Nessa estufa vai
acontecer a secagem da apitoxina para posteriormente raspar e a transformar em
grão para ser comercializada”, finaliza a pesquisadora.
Do Cidade Verde
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