ASTRAZENECA ANUNCIA REMÉDIO PARA TRATAR QUEM SE CONTAMINA COM COVID-19
Cientistas britânicos testam uma nova
droga que poderia impedir quem pegou o coronavírus de desenvolver a covid-19,
doença causada pelo vírus. O remédio, conhecido como AZD7442, envolveria uma
combinação de anticorpos de longa ação. A notícia foi publicada pelo jornal
britânico The Guardian. A reportagem está em inglês.
Em vez de anticorpos produzidos pelo organismo para
combater a infecção, a droga usa anticorpos monoclonais criados em laboratório.
Seria capaz de prover imunidade instantânea contra a doença. Poderia ser
ministrada como tratamento emergencial para conter surtos da doença em
hospitais e asilos, por exemplo.
Ainda, seria uma forma de conter o
número de mortes e complicações causadas pela covid-19 enquanto não há vacinas
para imunizar toda a população..
Quem desenvolve a droga é a AstraZeneca,
mesma empresa que pesquisa a vacina contra o coronavírus comprada pelo governo
federal do Brasil. Também estão envolvidos no projeto os UCLH (Hospitais da
Universidade College Londres, em tradução livre).
Os documentos sobre o ensaio clínico
enviado aos EUA, diz The Guardian, mostram que é investigada “a eficácia do
AZD7442 para profilaxia pós-exposição da covid-19 em adultos”. Esse tratamento
impede que o vírus se acople às células humanas.
“A proteína da espora do Sars-CoV-2 contém o RBD
(domínio de receptor-obrigatório) do vírus, que possibilita ao vírus unir-se
aos receptores em células humanas. Mirando a essa região da proteína da espora
do vírus, anticorpos podem impedir o vírus de se acoplar em células humanas, e
assim poderia bloquear a infecção”, detalha o documento.
Se tiver a eficácia comprovada, o remédio deve ser
tomado até o 8º dia da exposição ao coronavírus. Ajudaria a impedir o
desenvolvimento da doença por até 12 meses. Os participantes dos testes têm
recebido duas doses da droga. Os estudos receberam o nome de “Storm Chaser”
(Caçador de Tempestades, em tradução livre).
Seria possível ter a droga até março ou
abril de 2021, se aprovado pelas agências reguladoras de medicamentos depois de
ter os estudos revisados. Os testes são feitos em UCLH, outros hospitais
britânicos e uma rede de 100 outros lugares pelo mundo.
Os UCLH ainda fazem um teste paralelo com a mesma droga.
A ideia é descobrir se o remédio protege pessoas com o sistema imune
comprometido, como é o caso de quem faz quimioterapia. Esse estudo recebeu o
nome de “Provent”. Tanto esse quanto o Storm Chaser estão na fase 3, a última
dos testes de medicamentos.
Os 2 ensaios são efetuados no novo centro
de pesquisas em vacinas dos UCLH, financiado pelo braço de pesquisas do NHS
(Nacional Health Service, equivalente do SUS no Reino Unido).
Só no Brasil o coronavírus já matou ao
menos 190.488, segundo o Ministério da Saúde. Além do número de pessoas que
perdem a vida, o vírus também causa estrago na economia mundial.
MEIO NORTE
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